"O texto hoje ficou a contento, foi uma proposta elaborada a várias mãos, a partir de muitas reuniões. Houve a participação do Ministério do Meio Ambiente, com a ministra Marina Silva, do Instituto SOS Pantanal, Instituto Homem Pantaneiro, da Embrapa, ABPO, Sodepan, Acrissul, nossos sindicatos rurais e os técnicos do Sistema Famasul. Todos tivemos essa discussão e maturidade para chegar a um consenso. Conseguimos manter as questões que nos afligiam, como a da conversão de pastagem, por exemplo. A base do Pantanal não é somente ambiental, mas sim no tripé ambiental, social e econômico. O homem pantaneiro precisa estar lá para continuar fazendo a preservação"Segundo o diretor técnico da ONG SOS Pantanal, Felipe Augusto Dias, a lei vai possibilitar medidas propositivas de incentivos que fortalecem a atividade econômica de forma plena.“Nossa área é muito maior do que em relação ao estado do Mato Grosso e assim o Pantanal é um ativo para o nosso estado. Uma lei como essa vai beneficiar a preservação e a produção. A expectativa maior é pagar àquele que protege, porque a gente sabe que a atividade econômica vai ficando mais impositiva e você remunerar esse produtor fará com que ele permaneça nesse local”, considerou.O presidente do SOS Pantanal, Alexandre Bossi, destacou a criação do fundo de compensação que o projeto traz. Segundo o representante, o recurso estará no orçamento do governo e também poderá ter recursos da iniciativa privada. "Traz evoluções que nós gostaríamos, não tira direito de produtores e trazemos incentivos para que o produtor pantaneiro continue preservando o Pantanal".O presidente do Instituto do Homem Pantaneiro (IHP) – uma das ONGs que atua no Pantanal sul-mato-grossense –, Ângelo Rabelo, explicou que a lei contribui para a preservação e também garante a continuidade da atividade produtiva no bioma.“É indispensável, indissociável, não há como considerar a sobrevivência do bioma com a retirada do gado. Isso é uma história construída de customização, sendo moldada não só o homem pantaneiro, mas o gado. Isso trouxe um ponto de equilíbrio no bioma, a prova é às populações silvestres que nós temos hoje. O governador tomou uma atitude extremamente madura e responsável”.