Em audiência de custódia realizada ontem (16), a Justiça converteu em preventiva a prisão do homem, de 44 anos, por suspeita de tentativa de feminicídio na sexta-feira (14) contra a mulher, de 42 anos. A decisão é da juíza Eucelia Moreira Cassal.
Na delegacia, o homem apresentou três versões para o crime, uma delas, de que a vítima teria tentando suicídio. Ela foi deixada pelo suspeito no CRS (Centro Regional de Saúde) do Bairro Coophavila 2, ferida com tiro na cabeça. Ele foi embora, mas foi pego pela PM (Polícia Militar) na entrada da chácara onde o casal mora e trabalha, na BR-060 no Km 166, em Campo Grande.
Caso - Conforme boletim de ocorrência, por volta das 16h30, a PM foi informada de que havia dado entrada na unidade de saúde uma mulher ferida com disparo de arma de fogo. No posto, a polícia encontrou o filho da vítima na recepção. Segundo o rapaz, o pai informou, via telefone, que a mãe tinha tentado suicídio.
A arma utilizada, que fica na residência do casal, pertencia ao pai. A mulher foi atingida na testa à queima roupa e estava inconsciente e intubada. Como o homem havia deixado a mulher e “sumido” da unidade de saúde, os policiais foram para a residência dele para esclarecer os fatos.
Três versões - No local, o suspeito foi detido quando já estava de saída. Indagado sobre o ocorrido, ele disse que um motociclista havia passado e atirado em sua esposa. Sobre o revólver, afirmou que havia vendido e não tinha arma em casa. Na sequência, ele mudou a versão afirmando que a vítima havia tentado suicídio. Chegou a falar também que tinha bebido bastante com a mulher quando começaram a discutir. Ele pegou a arma, houve luta e o disparo teria acontecido por acidente.
Ainda de acordo com o registro policial, depois de várias contradições, o homem resolveu colaborar com a equipe policial e informou onde havia escondido a arma, mas mesmo assim não assumiu o crime. O revólver calibre 22 com uma munição deflagrada foi localizado no chiqueiro dos porcos.
Incidente - Segundo a delegada Rafaela Lobato, da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), o suspeito tenta dar a entender que foi um acidente. Segundo ele, o motivo da discussão foi divergência na criação do filho, que já é maior de idade.
Na versão do homem, a vítima pegou a arma e os dois ficaram disputando o revólver, que disparou. “Ele escondeu a arma acreditando inicialmente que poderia manter essas teses para o crime”, disse. O casal não tinha registro de violência doméstica, mas faziam uso de bebida alcoólica com frequência e discutiam bastante.