Atlas da Violência: MS tem três cidades entre os 200 municípios do país com as maiores taxas de homicídio

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Mato Grosso do Sul tem três cidades na lista dos 319 municípios mais violentos do país com população acima de 100 mil habitantes em 2022, segundo dados do Atlas da Violência 2024, um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado nesta terça-feira (18). DouradosCampo Grande e Três Lagoas ocupam as 119ª, 178ª e 197ª posições, respectivamente.

O dado é calculado com base no número de assassinatos em 2022 e inclui os “homicídios ocultos”. Segundo o estudo, homicídios ocultos são mortes violentas que não foram assinaladas como homicídio pelo estado, mas que têm grande probabilidade de serem homicídios.

A segunda maior cidade de Mato Grosso do Sul, Dourados, distante cerca de 256 quilômetros de Campo Grande, lidera o ranking de homicídios no estado. A cidade registrou 46 homicídios e outros 23 ocultos, o que totaliza 69 homicídios estimados em 2022. Os números representam um índice de 28,4 mortes violentas por 100 mil habitantes.

A proximidade de Dourados com a fronteira seca do Paraguai e a guerra entre facções criminosas são apontadas pelo levantamento como os principais fatores para os números apresentados.

De acordo com o estudo, a capital sul-mato-grossense tem 898.100 habitantes. Campo Grande registrou 170 homicídios e 8 ocultos, totalizando 178 homicídios estimados, em 2022, o que equivale o índice de 19,8 mortes violentas por 100 mil habitantes.

O relatório mostra que o município de Três Lagoas aparece na 197º posição do ranking, com 23 homicídios. A população da cidade é de 132.152, portanto, registrou um índice de 17,4 de mortes violentas por 100 mil habitantes.

O Atlas da Violênciaé feito com base em dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), ambos do Ministério da Saúde, e diferem dos dados repassados pelas secretarias da Segurança, utilizados no Monitor da Violência e no Anuário de Segurança Pública.

g1 acionou a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) para mais esclarecimentos sobre o levantamento, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.