Antes de ser executado, assentado implorou pela vida e ofereceu dinheiro aos assassinos

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Antes de ser morto e roubado, o assentado Airton Gonçalves da Rocha, de 61 anos, foi agredido com um golpe de martelo na cabeça e implorou pela vida. A vítima chegou a oferecer dinheiro para Sidney Ribeiro dos Santos, de 37 anos, e Kaio Henrique da Silva, de 27 anos. Os dois envolvidos foram presos em flagrante. O velório e o sepultamento de Airton, realizados nesta terça-feira, atraíram um grande número de amigos e vizinhos do Assentamento Eldorado, onde ele morava.

Em depoimento, Kaio contou que conheceu Sidney há aproximadamente 15 dias, quando ele foi até a chácara onde morava perguntando se ele era outra pessoa. O rapaz disse que não e, então, o homem o convidou para fazer diárias no sítio onde trabalhava.

 

Kaio afirma que aceitou a proposta. Porém, horas depois, Sidney lhe enviou uma mensagem perguntando se ele “curtia alguma coisa”. Kaio entendeu que ele falava de drogas e, apesar de desconfiar, disse que sim. O homem então teria contado que fazia “umas corridas para uma gurizada” e sempre ganhava umas “paradas”.

Ainda em depoimento, Kaio conta que, por conta dos entorpecentes, ficou devendo R$ 1,3 mil para Sidney, que passou a cobrá-lo. Ele quitou parte do valor, mas ainda precisava pagar R$ 670. No dia do crime, o homem passou em sua casa para receber o dinheiro, por volta das 18h30.

Segundo o rapaz, Sidney estava aborrecido e disse que precisava receber o dinheiro para repassar ao seu fornecedor. Nesse momento, Airton passou pelo local em direção à sua casa. No relato, Kaio afirma que a vítima era uma pessoa de “boa condição financeira”.

Aos policiais, Kaio relata que Sidney o chamou para “ir ali”, mas não deu detalhes. Os dois então seguiram a pé até a casa de Airton, e o homem disse que “iria ver se conseguia um dinheiro” com o idoso, já que o rapaz não o pagava.

Por volta das 19h30, chegaram à residência. Airton se assustou quando viu Sidney com um martelo e virou de costas para entrar em sua casa. Neste momento, de acordo com Kaio, foi golpeado na cabeça pelo homem e ficou tonto. A vítima então foi imobilizada e esfaqueada no pescoço.

Em seguida, Sidney deu um mata-leão e Airton ficou desacordado. Eles acreditavam que o idoso estava morto. Após pegarem o celular e a carteira da vítima, tentaram acessar a conta bancária pelo aparelho telefônico.

Como não conseguiram fazer transferências via Pix, mandaram que Kaio pegasse cobertas para enrolar o corpo e retirar dali. Eles colocaram Airton em uma carriola e foram puxando até a entrada da propriedade da vítima.

Em seguida, decidiram enterrar o corpo no terreno onde Kaio estava morando. Eles levaram a vítima no carrinho de mão até o local. O idoso então acordou e passou a implorar pela vida e disse que daria dinheiro aos dois.

Antes de ser executado, assentado implorou pela vida e ofereceu dinheiro aos assassinos
 
Polícia civil e perícia no local onde foi encontrado o corpo. Foto: Polícia Civil.

No entanto, Sidney deu mais facadas no idoso até que o matou. Em seguida, pegou uma enxada e cavou um buraco no quintal da propriedade. O corpo da vítima foi jogado e depois a dupla colocou terra por cima da cova rasa. Logo depois, o homem saiu da casa de Kaio com a carriola e foi até a casa de Airton para pegar a moto do idoso.

Depois, voltou até a casa de Kaio e os dois levaram o veículo até o terreno de um conhecido para escondê-lo. Após isso, voltaram para casa. Na segunda-feira, ele viu a equipe do Corpo de Bombeiros na região e depois viu a Polícia Civil, por isso decidiu se esconder embaixo da cama em um dos cômodos.

Algum tempo depois, ele acabou sendo preso e contou que Sidney era quem tinha matado Airton. O homem também foi encontrado e, em depoimento, negou a participação no latrocínio. Os dois foram levados para a delegacia da cidade e devem passar por audiência de custódia. Kaio tem passagens por tentativa de homicídio, tráfico de drogas, roubo e roubo majorado. Já para Sidney não foram encontrados registros criminais.