No coração de Jardim, onde as memórias de gerações se entrelaçavam com os tijolos e o giz, a Escola Municipal Oswaldo Fernandes Monteiro foi brutalmente demolida. Fundada pelo visionário Sr. Oswaldo Fernandes Monteiro, que dedicou parte de sua vida e herança para educar as crianças da Vila Angélica, a escola não era apenas um edifício, mas um marco histórico, o berço educacional da cidade.
Em 2023, sob a gestão da atual prefeita, as máquinas de demolição rugiram através das paredes da primeira escola municipal de Jardim, sem que houvesse uma clara justificativa pública ou evidências técnicas que comprovassem a necessidade de tal ato. A comunidade de Jardim, já vibrante com os sons de crianças que aprendiam, agora ecoa com o silêncio de um espaço vazio e perguntas não respondidas.
A prefeitura alegou que o prédio estava condenado, mas falhou em fornecer os laudos necessários que comprovariam tal afirmação. Quem realizou essa avaliação? Por que não se buscaram segundas opiniões? A transparência, fundamental em qualquer governo que se preze, aqui parece ter sido tão demolida quanto a própria escola.
A história nos diz que a Escola Vila Angélica, mais tarde renomeada em homenagem ao seu fundador, não foi apenas uma instituição de ensino, mas um coração pulsante para muitas famílias locais. Avós, pais e filhos passaram por suas salas de aula, cada um adicionando e levando consigo pedaços de sua essência. Professores como dona Maria Quevedo e professor Sérgio Henrique Sá Braga dedicaram anos de suas vidas não apenas ao ensino, mas à formação de cidadãos conscientes e críticos.
No lugar onde uma vez risadas de crianças preenchiam o ar, agora há planos para uma nova sede dos bombeiros – um projeto sem planos apresentados ou orçamento justificado. A promessa de segurança futura não pode e não deve apagar o legado de uma educação que moldou gerações.
Este ato de destruição não é apenas uma perda de patrimônio, mas uma afronta à memória e à história de Jardim. Onde deveria haver esforços para preservar e revitalizar, há apenas ruínas e desrespeito. A prefeita, eleita para representar e proteger os interesses de sua comunidade, falhou em seu dever mais sagrado: preservar o legado de seu povo.
Hoje, enquanto Jardim lamenta, fica claro que mais do que uma escola foi perdida. Foi perdido um pedaço da alma da cidade. As gerações futuras merecem saber quem foi Oswaldo Monteiro, o homem que viu a educação como o maior legado que se pode deixar. Não com placas em prédios novos, mas através da preservação de sua verdadeira herança: a Escola Municipal Oswaldo Fernandes Monteiro.
A indignação é grande, e justa. A memória, porém, é indelével, e será defendida, não apenas nas páginas deste jornal, mas em cada canto de Jardim onde ainda se valoriza a história e a educação. A batalha por justiça e transparência continua, pelo futuro de nossas crianças e pelo respeito ao passado que nos trouxe até aqui.