Em Jardim, cidade que já foi um símbolo de esperança para tantas famílias, a educação infantil. A Escola Municipal Major Costa (Marc), que deveria ser um espaço de aprendizado e crescimento para cerca de mil alunos, está paralisada há três anos e meio, desde 2021. O que antes era um projeto promissor de reforma, iniciado em 2020, transformou-se em um monumento ao descaso e à má gestão.
A trajetória das reformas na cidade revela uma história de desafios. Em 2018, a Escola Estácio Cunha Martins, no Boqueirão, passou por uma reforma, seguida pela Escola Zeus Benevides em 2019. Ambos os projetos, realizados durante a gestão do ex-prefeito Guilherme Monteiro (PSDB), foram financiados com recursos próprios do município, sem depender de verbas estaduais ou federais. Guilherme orgulhava-se de afirmar que, mês após mês, R$ 100 mil eram destinados à reforma da Marc, e que, ao final de seu mandato, 70% da obra estava concluída. Restava apenas 30% para a escola ser finalmente entregue à comunidade, mas, desde então, nada mais foi feito.
Hoje, o que deveria ser um espaço vibrante e cheio de vida, onde crianças de várias regiões de Jardim se preparariam para o futuro, é um cenário de abandono. As salas de aula estão vazias, as paredes inacabadas são testemunhas de promessas quebradas, e a esperança de centenas de famílias é esmagada pelo peso da negligência. A paralisia dessa obra é mais do que um problema estrutural; é um reflexo do desrespeito com a educação e com o futuro das crianças de Jardim.
A revolta da população é palpável. "Nós depositamos nossa confiança nas mãos de quem prometeu cuidar de nossos filhos, e o que recebemos em troca? Um prédio vazio, uma promessa vazia", lamenta Dona Helena, mãe de dois alunos que, sem a escola, precisam percorrer longas distâncias para estudar em outras instituições já sobrecarregadas.
Mas a situação de Jardim não para por aí. Além da obra estagnada da Escola Major Costa uma creche e uma quadras esportiva paradas.
A situação é ainda mais agravada pela demolição da Escola Municipal Oswaldo Monteiro, um verdadeiro símbolo da história e da educação local. Em vez de buscar alternativas que preservassem esse patrimônio, deixando um vazio tanto físico quanto emocional na comunidade. "Essa escola era parte da nossa identidade, do nosso passado. E agora? Só restam lembranças e escombros", desabafa Seu José, que estudou na Oswaldo Monteiro e viu seus filhos passarem pelos mesmos corredores que hoje não existem mais.
O que está acontecendo em Jardim é inaceitável. A cidade, que já foi um farol de educação e desenvolvimento, está se tornando um exemplo ruim do que acontece quando a educação não é prioridade. E cada dia que passa, cada ano que a obra da Escola Major Costa permanece paralisada, é mais um golpe na esperança de um futuro melhor para essas crianças.