MS desafia índices nacionais com projeções ambiciosas rumo à universalização do esgoto

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Ao contrário das previsões pessimistas de que a universalização do saneamento só vai acontecer em 2070, caso os índices de acesso aos serviços mantiverem o ritmo atual, o governo de Mato Grosso do Sul se mantém firme no propósito de se antecipar ao prazo fixado pelo Novo Marco Legal do Saneamento Básico (Lei 14.026/2020).

Em estudo divulgado em julho deste ano, o Instituto Trata Brasil atesta que a projeção da universalização ocorrerá só no ano de 2070, o que representa um atraso de 37 anos com relação ao prazo estabelecido.

A meta nacional, fixada pela legislação, estipula que a universalização deve ser atingida até 2033. No entanto, o Estado pretende alcançar resultados significativos bem antes desse prazo.

De acordo com a Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), a área de cobertura do esgotamento sanitário no Estado é de 63,36%, atendendo aproximadamente 1 milhão de pessoas nos 68 municípios atendidos pela empresa.

A projeção de uma das mais competitivas companhias públicas de saneamento  do país é aumentar a cobertura de esgoto para 70% ainda em 2024, o que representa um passo significativo em direção à meta final de 98% dentro dos próximos sete anos.

A Sanesul afirma que, até hoje, o Estado conta com 344.031 ligações reais de esgoto. Esse número representa as conexões ativas e em funcionamento que atendem tanto a áreas residenciais quanto comerciais.

A expansão dessas ligações é parte fundamental dos esforços do governo estadual para melhorar a infraestrutura de saneamento e aumentar a cobertura de esgoto, alinhando-se com a meta de 98% de cobertura nos próximos anos.

A empresa também tem trabalhado em projetos para aumentar esse número, garantindo que mais residências e estabelecimentos tenham acesso a um sistema de esgoto adequado.

“Estamos investindo em infraestrutura, modernização e conscientização para garantir que cada vez mais famílias tenham acesso a serviços de saneamento básico de qualidade. A nossa ambição é alcançar 98% de cobertura de esgotamento sanitário nos próximos sete anos, e estamos no caminho certo para isso”, destaca o diretor-presidente da Sanesul, Renato Marcílio.

O governador Eduardo Riedel também enfatiza a prioridade do governo em alcançar a universalização do saneamento básico, antecipando a meta fixada. Segundo ele, esse esforço reflete a política municipalista e a busca por melhorar a qualidade de vida em todas as regiões do Estado.

“Nós sabemos da importância do saneamento para a saúde pública, para o meio ambiente e para o desenvolvimento econômico. Nossa meta é adiantar esse cronograma para 2031, demonstrando que, com gestão eficiente e investimento, é possível transformar a realidade das nossas cidades,” afirma Riedel.

Para atingir essas metas, o governo estadual e a Sanesul têm investido fortemente em obras de infraestrutura, como a construção e ampliação de estações de tratamento de esgoto e a perfuração de novos poços.

Além disso, programas de conscientização e educação ambiental estão sendo implementados para garantir que a população compreenda a importância do saneamento e colabore para a manutenção dos sistemas.

O avanço projetado pela Sanesul é uma das maiores taxas de crescimento entre as companhias públicas de saneamento no Brasil. Se mantido o ritmo de expansão planejado, Mato Grosso do Sul estará entre os primeiros estados do país a alcançar a universalização do saneamento, contribuindo significativamente para a melhoria da saúde pública e para a preservação ambiental.

“Nosso desafio é grande, mas acreditamos que com a união de esforços entre governo, por meio da Sanesul, os municípios atendidos pelos nossos serviços e a sociedade, vamos superar as expectativas e mostrar que Mato Grosso do Sul é referência em saneamento no Brasil,” acrescenta Renato Marcílio.

Para o dirigente, o compromisso com o saneamento básico vai além de metas, é uma promessa de qualidade de vida e desenvolvimento sustentável para toda a população de Mato Grosso do Sul.

Levantamento

Segundo o instituto, se o país mantiver a progressão média observada de 2018 a 2022 até o ano de 2033, os serviços de abastecimento de água chegarão a 88%, e os de coleta e tratamento de esgoto chegarão a 65%, ainda distantes do que prevê o marco: 99% de abastecimento de água e 90% de esgotamento sanitário.

O levantamento mostra que, de 2018 a 2022, a evolução do atendimento de água, coleta e tratamento de esgoto foi de apenas 1,3%, 2,85% e 5,98%, respectivamente. Apesar do avanço no tratamento de esgoto, este é o segmento mais distante da universalização, com 52,23% de cobertura, conforme o último dado coletado em 2022.