As fortes chuvas que atingiram Jardim-MS na última terça-feira (06) revelaram, mais uma vez, os problemas crônicos de drenagem e a falta de planejamento urbano. Com precipitações intensas, a cidade sofreu com diversos pontos de alagamento, especialmente na área industrial, onde a água acumulada comprometeu o tráfego e as atividades comerciais.
Esses alagamentos, recorrentes em períodos de chuva intensa, expõem o efeito de um crescimento urbano desordenado e mal planejado. Com o avanço das construções sobre áreas que antes eram permeáveis, a capacidade de absorção do solo foi reduzida drasticamente. Em muitas áreas, os telhados das edificações direcionam as águas pluviais diretamente para as ruas, intensificando o volume de água nas vias e contribuindo para a sobrecarga do sistema de drenagem.
Especialistas em planejamento urbano apontam que o problema vai além da intensidade das chuvas: ele reside na ausência de políticas de manejo de águas pluviais e na falta de infraestrutura adequada para suportar o crescimento da cidade. A expansão de áreas pavimentadas, como ruas, estacionamentos e telhados, vem se sobrepondo ao espaço verde e ao solo permeável, elementos fundamentais para a absorção natural da água da chuva.
A situação é um alerta sobre a necessidade de um planejamento urbano sustentável em Jardim. Sem intervenções para melhorar o sistema de drenagem e promover soluções mais verdes, como a criação de áreas permeáveis e o incentivo a sistemas de captação de águas pluviais, o problema tende a se agravar, impactando diretamente a qualidade de vida dos moradores e a economia local.
A crise das chuvas na última terça-feira reforça a urgência de um plano de drenagem eficiente para Jardim, capaz de suportar o ciclo de crescimento urbano e os desafios ambientais que ele traz.