Correios sofre prejuízo de R$ 3,2 bi com a "taxa das blusinhas"

 /

Os Correios fecharam 2024 com um deficit de R$ 3,2 bilhões, e o presidente da estatal, Fabiano Silva dos Santos, apontou que a principal causa foi a taxação sobre compras internacionais, popularmente chamada de "taxa das blusinhas", imposta pelo governo Lula. No ano passado, a estatal já tinha apontado uma redução de 40% no volume de importações, afetando diretamente a receita da empresa. O impacto da taxa nas compras internacionais A "taxa das blusinhas" foi implementada em 2023 para regularizar a importação de produtos de sites como Shopee, AliExpress e Shein. A mudança obrigou consumidores a pagarem imposto sobre compras abaixo de US$ 50, o que fez muitas pessoas desistirem de comprar de fora. Como os Correios são os principais responsáveis pela entrega dessas encomendas, a queda no volume de pacotes significou uma perda bilionária para a empresa. Fabiano Silva destacou que essa regulamentação "teve um impacto significativo" na estatal, mas também citou outro fator: os precatórios (dívidas de governos anteriores) que entraram no balanço financeiro dos Correios. Correios querem virar o jogo Correios garante que já adotou medida para recuperar o prejuízo em 2025. Imagem: Oficina da Net Correios garante que já adotou medida para recuperar o prejuízo em 2025. Imagem: Oficina da Net Apesar do prejuízo, o governo afirma que há um plano de recuperação para os Correios. Segundo Fabiano, a empresa está adotando medidas para reduzir custos e aumentar a receita, como corte de gastos com relicitações e revisão de contratos. Também foram realizados concursos para otimizar a gestão e ainda há outro em vista, com grande possibilidade de ser realizado. Outra estratégia adotada pela estatal é o investimentos em logística para competir melhor no mercado. O objetivo, segundo ele, é fazer com que a empresa volte a ter lucro já em 2025. E tem mesmo um "rombo"? A ministra da Gestão e Inovação, Esther Dweck, negou que haja um "rombo" nos Correios, explicando que o deficit não afeta diretamente o dinheiro público, pois a estatal opera com recursos próprios e não recebe verbas do Tesouro Nacional. "É importante lembrar que o Tesouro não vai arcar com isso. O presidente Lula está preocupado se as empresas dão lucro ou prejuízo, mas isso não impacta a dívida pública", disse a ministra. Embora haja essa discordância nas informações, os Correios já confirmaram que realmente houve um prejuízo direto na receita da estatal depois que foi implementado o programa Remessa Conforme. Diante disso, a situação levanta dúvidas sobre o futuro da empresa e se as medidas prometidas serão suficientes para reverter o cenário.