Governo Lula: Cesta básica sobe nas capitais e custa ao menos 40% do salário mínimo

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Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revelou alta no custo da cesta básica em 13 das 17 capitais analisadas em janeiro deste ano. A maior variação foi registrada em Salvador (6,22%), seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%). Por outro lado, quatro capitais apresentaram redução no valor total dos itens essenciais: Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%). O estudo, realizado desde 2005, monitora mensalmente a evolução dos preços dos alimentos básicos no país. São Paulo Tem a Cesta Mais Cara A capital paulista liderou o ranking com a cesta básica mais cara do país, custando R$ 851,82, o equivalente a cerca de 60% do salário mínimo vigente, fixado em R$ 1.518. Florianópolis (R$ 808,75), Rio de Janeiro (R$ 802,88) e Porto Alegre (R$ 770,63) também figuram entre as cidades com os maiores valores. Em contrapartida, as capitais do Norte e Nordeste apresentaram valores abaixo da metade do salário mínimo. Em Fortaleza, a cesta foi cotada a R$ 700,44; em Belém, R$ 697,81; e em Natal, R$ 634,11. Salvador (R$ 620,23), João Pessoa (R$ 618,64), Recife (R$ 598,72) e Aracaju (R$ 571,43) tiveram os menores custos. Salário Mínimo Ideal Deveria Ser Quatro Vezes Maior Com base no custo da cesta básica mais cara, o Dieese estima que o salário mínimo necessário para garantir o sustento de uma família de quatro pessoas deveria ser de R$ 7.156,15 em janeiro — valor 4,76 vezes superior ao piso nacional. O cálculo considera a determinação constitucional de que o salário deve cobrir despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência. Fatores que Impactaram os Preços O aumento da cesta básica foi impulsionado principalmente pela alta do café em pó, que subiu em todas as cidades nos últimos 12 meses. O tomate, embora tenha recuado em 12 capitais, registrou aumentos superiores a 40% em Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro, devido às chuvas. O pão francês também teve reajuste em 16 capitais, reflexo da menor oferta de trigo nacional e da necessidade crescente de importação, agravada pela desvalorização cambial. Apesar das altas, alguns produtos contribuíram para conter a inflação da cesta básica. A batata apresentou queda de preço em todas as capitais ao longo do último ano. O leite integral, após sucessivos reajustes, registrou redução em 12 cidades em dezembro. O arroz agulhinha e o feijão preto também tiveram recuo nos preços nos últimos meses, favorecidos pelo aumento da oferta. O levantamento do Dieese reforça a importância do monitoramento contínuo dos preços dos alimentos essenciais e seus impactos sobre o poder de compra da população, especialmente em um cenário de inflação elevada e renda estagnada.