Testemunhas afirmaram que o estudante de Medicina João Pedro da Silva Miranda Jorge, 23 anos, que matou no trânsito a advogada Carolina Albuquerque Machado, 24 anos, e feriu o filho dela de 3 anos e 8 meses, dirigia em alta velocidade, apresentava sinais de embriaguez e fugiu após falar ao celular em meio a gritos da criança ferida.
O acidente aconteceu por volta da meia-noite e meia de quinta-feira (dia 2), na Avenida Afonso Pena, no Bairro Cachará Cachoeira, próximo ao Shopping Campo Grande.
Em depoimento à polícia, um taxista de 34 anos, relatou que seguia pela Rua Rubens Gil de Camilo sentido Afonso Pena, quando presenciou a colisão envolvendo o Volkswagen Fox conduzido pela vítima e a caminhonete Nissan Frontier. A pancada foi tão forte que o Fox foi arremessado longe do ponto da colisão.
O outro automóvel rodou na pista, capotou e parou tombado. Ao se aproximar, a testemunha relatou que encontrou a motorista do carro de passeio muito machucada e desacordada. Aparentemente morta. Também havia uma criança gritando e chorando muito. Chamando pela mãe. O Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar foram acionados.
Antes do socorro chegar, os dois ocupantes da caminhonete, João Pedro e o irmão dele de 21 anos, foram retirados da cabine por testemunhas. “O motorista apresentava sinais de embriaguez, com odor etílico, fala enrolada e vagarosa”, relata o taxista. Ele afirma ainda que após falar ao celular, o rapaz fugiu a pé sentido rotatória da Avenida Mato Grosso, enquanto o outro ocupante permaneceu no local e foi socorrido.
Antes do acidente, uma comerciante de 30 anos, contou em depoimento, que o condutor da Nissan seguia ao sentido Centro em alta velocidade, realizando várias ultrapassagens de forma agressiva e inclusive quase colidindo em outros dois veículos. “Com medo de acidente, os motoristas deram passagem para a caminhonete”, afirmou a testemunha.
Em seguida, o veículo se envolveu em acidente com o Fox que furou o sinal vermelho ao sentido Avenida Paulo Coelho Machado. “O rapaz da caminhonete aparentava ter consumido bebida alcoólica. Depois da batida, ele saiu a pé correndo em direção à rotatória”, afirmou a comerciante.
Em depoimento à Polícia Civil, João Pedro confirmou que ouviu a criança chorando no veículo, mas fugiu porque ficou atordoado. Ele negou ter falado ao celular e ter sido orientado pelo pai a fugir do local. “Jamais queria que esse fato ocorresse. Principalmente porque era uma mãe que tinha um filho”, lamentou.
Segundo o estudante, ele perdeu o celular no momento da colisão e ao sair desnorteado caminhando pela Via Parque encontrou um parente que o levou para a casa de familiares. Em 2013, o rapaz se envolveu em acidente de trânsito com a mesma caminhonete. Ele garante que na ocasião não houve vítima.
Solto - João Pedro, que teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na sexta-feira (3), se apresentou à Polícia Civil na tarde de sábado (4). O rapaz passou o fim de semana em uma das celas da Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Centro, mas foi liberado após pagar fiança no valor de R$ 50.598,00.