Fazer uma reflexão sobre a educação inclusiva. Foi o que propôs o Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) ao promover dois eventos simultâneos entre os dias 10 e 13 de abril, em Dourados: o II Seminário de Educação Inclusiva e o IV Encontro dos Núcleos de Atendimento à s Pessoas com Necessidades Educacionais EspecÃficas (Napne).
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Aberto ao público, o seminário realizado no auditório da Unigran reuniu profissionais de diversas instituições para tratar sobre os desafios e as possibilidades da educação inclusiva. Nas palestras, foram debatidos temas como o uso de tecnologias assistivas, atendimento especializado, polÃticas e gestão da inclusão escolar, e formas de avaliação inclusiva.
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Uma das palestras foi sobre discalculia, transtorno de aprendizagem caracterizado pela falta de habilidade em raciocinar processos que envolvam conceitos matemáticos. A professora da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Annye Souza, destacou a importância do atendimento especializado nesses casos.
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"Quando o professor verifica o baixo rendimento na matemática, deve encaminhar o estudante ao núcleo de apoio da instituição para que sejam feitas avaliações multidisciplinares. A partir daÃ, é possÃvel elaborar um plano de ensino individualizado, uma vez que esse público requer suporte e estratégias de aprendizagem especÃficos", explicou a Annye.
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A professora destacou que estudantes com déficit na área da memória necessitam de suporte como o uso da calculadora, por exemplo, para a aprendizagem na área de matemática. "O aluno com esse atendimento especÃfico passa a ter a percepção de que há diferenças e de que ele não é obrigado a aprender da mesma forma que os outros, o que gera nele a sensação de pertencimento em relação à instituição de ensino", concluiu.
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Outro tema abordado no seminário foi o uso da tecnologia na educação inclusiva. Grazielly do Nascimento, professora do curso de Licenciatura Letras-Libras da UFGD, pontuou que as polÃticas públicas impõem uma série de desafios para professores, pesquisadores e instituições de ensino.
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"Temos desafios em duas frentes: na sala de aula, o professor precisa saber utilizar os recursos digitais para atender os estudantes com necessidades educacionais especÃficas, além disso a instituição deve buscar fomento para promover a acessibilidade e oferecer tecnologia assistiva. A outra frente está relacionada à pesquisa, ou seja, ao desenvolvimento de novos produtos, processos e metodologias voltados à inclusão escolar", ressaltou.
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Um acordo de cooperação firmado entre o IFMS e a UFGD tem possibilitado estudos na área. Atualmente, professores das duas instituições desenvolvem um portal acessÃvel com audiodescrição para deficientes visuais.
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Organizado pelo Napne do Campus Dourados, o seminário recebeu apoio financeiro do IFMS por meio do Programa Institucional de Incentivo ao Ensino, Extensão, Pesquisa e Inovação (Piepi).
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"Ao propor a reflexão sobre a educação inclusiva tendo como referências as polÃticas e práticas educativas que promovam a inclusão escolar, o seminário buscou contribuir para a formação dos profissionais da educação da região da Grande Dourados e também do IFMS", destacou o coordenador local do Núcleo, Jair dos Santos.
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Napne - Paralelamente ao seminário, representantes dos Núcleos de Atendimento à s Pessoas com Necessidades Educacionais EspecÃficas dos dez campi do IFMS estiveram reunidos, no IV Encontro dos Napne.
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A coordenadora de Inclusão e Diversidade, Suliane de Barros, explica que os coordenadores do Núcleo se reúnem a cada três meses por videoconferência, e que os encontros presenciais são importantes para trocar experiências e alinhar ações. Desta vez, a pauta previa discussões sobre a reformulação do Regulamento do Napne, aprovado em 2016.
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"Além de alterarmos terminologias defasadas, precisamos fazer com que o documento contemple a realidade dos campi no que diz respeito ao atendimento de estudantes com necessidades educacionais especÃficas. Com a atuação dos Napne, a percepção do que deve constar no regulamento ficou mais clara", explicou Suliane.
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Outro tema abordado no encontro foi a necessidade da contratação de profissionais especializados de nÃvel superior para atendimento aos estudantes com necessidades educacionais especÃficas, o que está previsto em lei.
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"Com a Lei de Cotas, que prevê reservar vagas para pessoas com deficiência, o número de estudantes que deverão ser atendidos, certamente, irá aumentar, o que levará as instituições de ensino a ter que contratar profissionais especializados de nÃvel superior para atendê-los", comentou a coordenadora.
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Atualmente, segundo a Coordenação de Inclusão e Diversidade, 76 estudantes recebem atendimento educacional especÃfico em nove campi do IFMS. São alunos com deficiência fÃsica, auditiva, visual, autismo, dislexia, altas habilidades/superdotação, mobilidade reduzida, paralisia cerebral, entre outras necessidades.
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