Um idoso de 74 anos identificado como Miguel Lisboa morreu na madrugada do domingo (3) enquanto aguardava atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon, em Campo Grande. A família da vítima acusa ter havido negligência e relata que, apesar dos sintomas de infarto, o idoso somente recebeu atendimento médico quando desmaiou, na recepção da UPA.
Segundo Maria Aparecida Lisboa, filha de Miguel, o idoso havia dado entrada na unidade por volta das 4h10 do domingo e teria passado apenas pela triagem. “Ele estava com pressão alta e se queixando de muita queimação no estômago e falta de ar. Ele se levantou e foi para área externa, quando ele caiu e desmaiou”, relata.
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra o momento em que o idoso recebe massagem cardíaca de uma pediatra que estava de plantão na unidade. Segundo a família, o médico clínico-geral teria interrompido o atendimento. Na sexta-feira (1º), ele já teria dado entrada num posto de saúde com os mesmos sintomas, mas recebendo alta quando a pressão foi normalizada.
De acordo com nota enviada pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública), a secretaria nega demora no atendimento e afirma que o quadro de profissionais da unidade estava completo com cinco médicos e três enfermeiros (no período) escalados. A nota também reforça que uma sindicância será montada para averiguar se houve negligência por parte dos plantonistas.
Confira a nota na íntegra:
“Primeiramente, a SESAU lamenta o ocorrido e se solidariza com os familiares do sr. Miguel Lisboa pela perda e reforça que todas as medidas serão tomadas para apurar as responsabilidades e se houve negligência no atendimento a este paciente, uma vez que o quadro de profissionais da unidade estava completo com cinco médicos e três enfermeiros (no período) escalados.
O paciente deu entrada na UPA Leblon na madrugada de sábado para domingo, dia 3, e às 04h53 passou pela triagem queixando-se de uma forte dor de estomago. O técnico de enfermagem que fez o acolhimento colheu o relato e o paciente retornou para aguardar o atendimento médico. Cerca de 20 minutos depois ele teve Parada Cardiorrespiratória na recepção da unidade.
Enfermeiros e médicos tentaram reanimar o paciente fazendo a massagem cardíaca, mas sem sucesso. Ele já se encontrava em assistolia, que é a ausência de ritmo. Nestes casos não é recomendado o uso de desfibrilador”.