Após seis meses de discussões e adiamentos, os deputados estaduais decidiram rejeitar e arquivar o projeto que previa a proibição da pesca do dourado em rios de Mato Grosso do Sul, por oito anos.
A votação foi nesta quarta-feira (7), após dois pedidos seguidos de vistas nas últimas sessões. Após oito votos a favor e oito contra, a decisão final foi do presidente da Assembleia, Junior Mochi (PSDB), que votou pelo arquivamento da proposta.
Segundo ele, desde que é presidente, há dois anos e meio, esta foi a primeira vez que precisou desempatar uma votação.
Justificou seu voto dizendo que, assim como o deputado Herculano Borges (SD), seria mais interessante se houvessem perÃodos de pesca permitida dentro dos oito anos de proibição. Durante a sessão de hoje, Herculano pediu que fosse acrescentada uma emenda sobre esse assunto, que foi rejeitada por falta de tempo.
Ainda antes da votação de hoje, o deputado MaurÃcio Picarelli (PSDB) pediu para analisar melhor o projeto. Porém, esse foi o terceiro pedido de vistas consecutivo e o presidente Mochi pediu para que ele reavaliasse a decisão, visto que prolongaria ainda mais o projeto que permaneceu por seis meses na casa.
Autor do projeto, Beto Pereira (PSDB) agradeceu os votos, lembrou que o projeto estava á seis meses na casa e por isso insistiu em votar hoje e ressaltou que a preocupação é que no futuro exija a extinção da especia, alegando que a proibição por oito anos iria contribuir para a reprodução de quatro gerações.
Votaram a favor os deputados Beto Pereira (PSDB), Coronel David (PSB), Flavio Kayatt (PSDB), Mara Caseiro (PSDB), Paulo Correa (PR), Jorge Takymoto (PDT), Renato Câmara (PMDB) e Rinaldo Modesto (PSDB).
Os oito contra foram Amarildo Cruz (PT), Pedro Kemp (PT), João Grandão (PT), Cabo almi (PT), Herculano Borges (SD), Paulo Siuffi (PMDB), Antonieta Amorim (PMDB) e Mauricio Picareli (PSDB).
Polêmica - O tema provocou reação de vários setores durante sua discussão. Enquanto ambientalistas pedem a preservação da espécie ameaçada de extinção, grupos de pescadores pediram o arquivamento. Para eles, a aprovação iria afetar a atividade profissional.
Em Corumbá a pesca e transporte do dourado é proibida, conforme lei municipal.