Há pelo menos oito meses, Francisco Meireles Corrêa, de 81 anos, vive sozinho, debilitado, e, agora, com feridas pelo corpo, em uma quitinete localizada às margens da Avenida Duque de Caxias, região oeste de Campo Grande. O cenário relatado pelos vizinhos neste domingo (dia 10) é de completo abandono e sem a presença de qualquer familiar.
Em certas partes do corpo, a ferida provocada por uma infecção deixa a pele em carne viva. Há duas semanas, o senhor chegou a ser levado pelo Samu (Serviço Móvel de Urgência) para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Santa Mônica, onde tomou soro, permaneceu por uma noite e teve alta no dia seguinte.
Da unidade de saúde, Francisco percorreu um caminho de 5 quilômetros até sua residência. Contudo, segundo os vizinhos, o senhor mal consegue andar e tem dificuldades para se comunicar.
“Diariamente, entramos na residência para checar se ele está vivoâ€, relata. Edson afirma que o senhor teria duas irmãs que moram perto da residência, mas que não vão até o local, nem cuidam dele. Ainda de acordo com um dos vizinhos, um homem chegou a ir na casa e dizer que esperava que o idoso morresse, para que pudesse se livrar dele.
A reportagem não conseguiu conversar com Francisco, em virtude de sua dificuldade para falar. Ele apenas balbuciou, “se eu morrer, a culpa vai ser delasâ€, sem detalhar mais nada. Há pelo menos 15 dias, Edson manda entregar comida para Francisco. “Mas quando entrei na residência, todas as marmitas estavam láâ€, já que ele não consegue mastigar alimentos sólidos.
Fora toda a situação, o idoso não toma banho há 10 dias e a quitinete que tem três cômodos está bagunçada. “Ontem, a mulher do dono limpou, tirou três sacos de lixoâ€, segundo Edson. O aluguel é pago com a aposentadoria do senhor e, muitas vezes, o dono do imóvel leva o idoso para sacar o dinheiro.
Os moradores não sabem dizer sobre detalhes do histórico familiar de Francisco, somente o que notam na convivência com ele. O relato dos vizinhos tem o objetivo, principalmente, de conseguir ajuda médica e de saúde, além de algum lar que dê atenção a Francisco. Quem quiser ajudar, pode ligar no telefone 99201-0606 e 996874783.