Os rios da região oeste de Mato Grosso do Sul, especificamente nas cidades de Jardim, Bonito e Bodoquena, têm sido tomados por terra e demais resíduos empurrados por enxurrada. O Rio Sucuri, que já foi dono da 3ª água mais cristalina do mundo, é o atingido da vez.
Apesar do turvamento comum após as chuvas, a situação chama atenção dos órgãos envolvidos com o meio ambiente, devido a demora no clareamento: mais de três dias.
Localizado a 18 km do Centro de Bonito, em meio a Serra da Bodoquena, o Rio Sucuri é conhecido pela transparência de suas águas cristalinas. Foto enviada ao Campo Grande News nesta segunda-feira (18) mostra trecho do fluxo com a cor marrom.
Em novembro de 2018, os Rios da Prata (em Jardim) e Formoso (em Bonito), foram tomados por lama. Com matas ciliares desmatadas para produção - áreas que deveriam ser mantidas, para servir como meio de impermeabilização da água da chuva – os rios ficam sem proteção.
À época, a situação provocou reação do Governo de Mato Grosso do Sul, que considerou “grave” e afirmou adotar medidas emergenciais para combater o escorrimento da água barrenta para os rios.
Em fevereiro, deste ano, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) garantiu que irá publicar um decreto específico para proteção do Rio da Prata, compartilhado pelos municípios de Bonito e Jardim. Reinaldo não citou o Rio Sucuri, mas a determinação também vai salvaguardar os rios Formoso e Salobra, em Bodoquena.
Mas de onde vem a sujeira? Além do reflexo natural das chuvas, a origem da sujidade dos rios parte de outros dois grandes problemas: a quantidade de terra arrastada de estradas vicinais por enxurradas até as nascentes e leitos e a troca da atividade de lavoura por pecuária por parte de fazendeiros da região.