Estudos de viabilidade econômica do Corredor Rodoviário Bioceânico, apontam que a efetivação dessa rota alternativa, que fará a interligação do Centro-Oeste brasileiro com os portos chilenos de Iquique e Antofagasta, deverá transformar Campo Grande em um importante centro de distribuição logÃstica de produtos de exportação e importação para o Brasil, Paraguai, Argentina e Chile, além do mercado asiático.
A informação foi apresentada em Assunção, no Paraguai, onde acontece a 7ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre Corredor Bioceânico. O evento, realizado nos dias 3 e 4 de abril, contou com a presença do secretário Jaime Verruck, da Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar), representando o Governo do Estado.
A reunião também contou com a presença do ministro João Carlos Parkinson, da Coordenação-Geral de Assuntos Econômicos Latino-Americanos e Caribenhos, do Ministério das Relações Exteriores. O reitor da UEMS, Fábio Edir e autoridades de infraestrutura e acadêmicas do Paraguai, Argentina e Chile.
Segundo o estudo apresentado em Assunção, Campo Grande pode ter um papel importante como centro de distribuição de produtos vindos do Chile e Argentina para o Brasil, para serem distribuÃdos para outras regiões do paÃs, que não o Sudeste e o Sul. “Nós fizemos uma apresentação técnica sobre as ações realizadas pelo Estado no âmbito da Rota. Campo Grande está sendo colocada como o ponto inicial da Rota dentro do Estado. Além disso, foram apresentados dois estudos que destacam as exportações de Mato Grosso do Sul e apontam Campo Grande como um potencial centro de distribuição logÃstica que geraria um ganho substancial de competitividade em termos de custoâ€, informou o secretário Jaime Verruck.
“Ao mesmo tempo em que essa Rota pode transformar a nossa Capital em um importante Centro de Distribuição LogÃstica do paÃs, ela também tem uma importância fundamental por oferecer uma nova perspectiva de desenvolvimento para uma região sul-americana distante dos grandes centros, pois deve atrair novos investimentos mirando o potencial turÃstico de localidades ainda pouco exploradas, como o municÃpio de Jardim, como o Chaco paraguaio, dentre outras áreasâ€, comenta o titular da Semagro.
Ao todo, o Corredor percorre um trajeto de 2.396 km, sendo 430km de Campo Grande a Porto Murtinho, 559 km no Paraguai, 977km na Argentina e 430km no Chile. No encontro em Assunção, o ministro João Carlos Parkinson apresentou uma análise SWOT, apontando as forças, debilidades, oportunidades e ameaças dos quatro territórios atravessados pelo Corredor Rodoviário Bioceânico. Em razão da ampla cobertura territorial e da diversidade de situações, a análise do Corredor Rodoviário Bioceânico foi dividida em quatro trechos: ProvÃncias do norte do Chile, o Noroeste argentino (NOA), a região do Chaco paraguaio e o Centro-Oeste brasileiro.
“A análise apresentada pelo ministro Parkinson é um documento importante que nos trouxe uma avaliação de cada trecho, com os cuidados que devemos ter para que essa rota se consolide como um eixo de desenvolvimento para todos os paÃses e também para viabilizar o trânsito de produto de importação e exportaçãoâ€, informou Jaime Verruck.
Segundo o secretário, há um entendimento comum e empenho concreto das autoridades brasileiras, paraguaias, argentinas e chilenas para a viabilização do Corredor Rodoviário Bioceânico.
“Estamos avançando na questão alfandegária e esse é um ponto fundamental. A implantação da Rota depende da integração das alfândegas para dar competividade. Sem isso, não há viabilidade. Há um entendimento comum nesse sentido e um esforço concreto dos paÃses envolvidos para a concretização da integração para que tenhamos alfandegas únicas. Ou seja, em um só lado de cada uma das fronteirasâ€, acrescentou Verruck.
Por fim, cada uma das representações governamentais relatou as ações de seus paÃses no que se refere à infraestrutura. “As obras da ‘Transchaco’, no Paraguai, estão avançadas e devem ser concluÃdas em 2022. O Chile reforçou recentemente o seu compromisso com a Rota. A Argentina assegurou que serão feitas as intervenções necessárias em seu território. O governo paraguaio ressaltou que 2023 é a data prevista para a inauguração da ponte sobre o Rio Paraguai, ligando Carmelo Peralta a Porto Murtinhoâ€, informou o secretário.
Com relação aos compromissos do governo brasileiro, o secretário lembrou que “a obra da estrada de acesso à ponte e definição do local para instalação da alfândega é de responsabilidade do Brasil. Na próxima semana teremos uma reunião com o Dnit, Imasul e Ibama para tratar desses assuntosâ€, finalizou.
A 8ª Reunião do Grupo de Trabalho sobre Corredor Bioceânico será realizada nos dias 21 e 22 de agosto, em Campo Grande e deverá contar com autoridades dos governos do Brasil, Paraguai, Argentina e Chile.