Membros do MBL (Movimento Brasil Livre) em Mato Grosso do Sul acusam o Conselho Estudantil da UFMS de usar o nome do reitor da instituição, Marcelo Turine, para tentar impedir a exibição do documentário ''1964: o Brasil entre armas e livros". A estratégia seria associar o nome do dirigente ao filme para que ele impedisse a veiculação do material na universidade.
Na página do MBL-MS, no Facebook, há um post com print [cópia] da conversa que seria de membros do Conselho Estudantil. ''Arruma um jornal para associar o Turine e a UFMS a esse filme passando dentro dela pro cê ver se o Turine não cancela na hora kkk'' [sic].
Neste caso, segundo a denúncia, o objetivo seria mostrar que o reitor e a instituição estariam a favor de um filme que faz apologia ao golpe militar de 1964.
Sobre o episódio, o MBL assim se pronunciou em seu perfil:
''Turine é o reitor da Universidade Federal, segundo os 'jênios' defensores e guardiões da democracia, insinuar que o reitor está por trás da transmissão do documentário '1964, O Brasil entre armas e livros', do Brasil Paralelo', através da mÃdia o faria cancelar o evento''.
''É dessa forma que eles [estudantes de esquerda] agem, na mentira, na calúnia, eles odeiam o pluralismo de idéias e pensamentos, são sórdidos e democracia para eles, somente a do pensamento único'' [sic], diz a publicação.
Questionado pelo TopMÃdiaNews, o Conselho Estudantil da UFMS prometeu verificar se houve a conversa conforme denunciado pelo MBL regional.
Ainda, pelo Facebook, o conselho respondeu da seguinte forma:
''Essa nunca foi e nunca será a posição do DCE, pois prezamos sempre pela clareza e a verdade. Jamais usarÃamos de um factoide para atingir um objetivo''.
Ainda de acordo com o DCE, que representa os conselhos de base da instituição, não foi o professor Turine que proibiu a exibição do material.
''Foi o PET [Programa de Educação Tutorial] QuÃmica que proibiu associar o nome do programa ao filme. E ainda criticou a militância direitista: ''O MBL é o pai da fake news''.
A UFMS informou que não foi realizado nenhum agendamento do evento em suas dependências, assim como não houve nenhum envolvimento institucional para sua organização.
“Censuraâ€
O filme "1964: O Brasil entre armas e livros", feito pela produtora Brasil Paralelo, estreou nos cinemas no dia 31 de março, data de inÃcio do golpe militar daquele ano. No entanto, um dia depois, a rede Cinemark vetou a exibição do material, alegando que ele seria de cunho polÃtico-partidário.
Apesar da intensa mobilização a favor da exibição, a empresa cancelou a parceria que havia feito com a produtora.
No dia seguinte, a produtora Brasil Paralelo disponibilizou o material pela internet. Somente nas 15 primeiras horas, houve 1,5 milhão de visualizações do documentário.
O filme se propõe a trazer uma versão do que considera ''alternativa'' àquilo que se costuma aprender na escola e nas universidades.