Produção de soja de Maracaju já é a 14ª maior do mundo com 817,7 mil toneladas

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O Boletim Agrícola do Sistema Famasul, com base no levantamento do SIGA (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio), ferramenta de monitoramento da safra rural sul-mato-grossense, revela que o município de Maracaju (MS) alcançou, na safra 2018/2019, a produção de 817,7 mil toneladas de soja graças a uma área cultivada de 294,2 mil hectares. Esse montante, além de colocar Maracaju como o maior produtor de soja de Mato Grosso do Sul, torna o município como o dono da 14ª maior produção de soja do mundo, perdendo para Estados Unidos, Brasil, Argentina, China, Índia, Paraguai, Canadá, Ucrânia, Rússia, Bolívia, África do Sul, Uruguai e Itália, conforme os últimos dados divulgados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Em nível estadual, Mato Grosso do Sul atingiu, na safra 2018/2019, algo em torno de 8,8 milhões de toneladas, o que posiciona o Estado como o 7º maior produtor mundial, sendo superado apenas pelos Estados Unidos, Brasil, Argentina, China, Índia e Paraguai. Além de Maracaju, que colheu 9,29% do total do Estado, outros quatro municípios são responsáveis por mais de um terço da produção sul-mato-grossense, ou seja, 35,13%. São eles: Sidrolândia, com 693,5 mil toneladas (7,88%), Ponta Porã, com 621,5 mil toneladas (7,06%), Dourados, com 526,6 mil toneladas (5,98%) e São Gabriel do Oeste, com 432,5 mil toneladas (4,91%). Com uma área cultivada de 2,979 milhões de hectares, a produtividade média do Estado ficou em 2.886 quilos por hectare, o equivalente a 48,11 sacas por hectare, tendo o município de Alcinópolis com o maior rendimento, com 68,80 sacas por hectare. Repercussão Para o prefeito de Maracaju, Maurílio Ferreira Azambuja, a grande produção de soja é fruto do esforço do produtor rural, que sempre procura investir em tecnologia para aumentar a produtividade da cultura. “Esses dados nos deixam muito felizes e servem para demonstrar que a classe produtora do município está no cominho certo. O agronegócio de Maracaju vem se destacando ano após ano sempre com foco no futuro”, avaliou. No entanto, Maurílio Azambuja reforça que o bom desempenho do setor produtivo do município cria a falsa impressão de que somos uma Prefeitura rica. “Porém, a realidade é bem outra em razão do Pacto Federativo, que acaba por retirar do município 82% dos impostos arrecadados. E esse desequilíbrio tem de ser posto na balança”, analisou. O secretário municipal de Governo de Maracaju, Frederico Felini, corrobora com o posicionamento do prefeito Maurílio Azambuja. “É claro que esses dados são motivo de orgulho para Maracaju e o fato de fazermos parte de um pedacinho dessa história nos deixa muito felizes. Os números mostram como a agricultura em Maracaju é forte, pujante e tecnológica. E como o município é inovador nessa área graças aos produtores rurais e aos trabalhadores do campo. É uma terra que vem crescendo e que ainda não chegou no seu limite de produção de soja. Com a tecnologia, boas práticas, eficiência e aplicação de recursos, essa atividade dever avançar ainda mais”, projetou. Ele salienta ainda que o Pacto Federativo no Brasil está fadado ao fracasso, pois, mesmo Maracaju sendo um município tão rico, com uma relevância tão grande no cenário econômico nacional e sul-mato-grossense, sendo destaque internacional pela sua produção, de todo o imposto arrecadado pela administração pública, só 18% fica no município. “Ou seja, de cada R$ 100,00 de impostos, só R$ 18,00 ficam para Maracaju, uma realidade semelhante em todos os municípios do País. É natural que a população espere uma oferta maior de serviços por parte da Prefeitura quando são divulgados dados tão positivos, mas a verdade é pouco fica com o município, que é o ente mais pobre desse Pacto Federativo”, lamentou. O presidente da Câmara de Vereadores de Maracaju, Hélio Albarello, acrescenta que o município tem uma agricultura de qualidade, que se utiliza de uma tecnologia avançada e isso contribui, em muito, para que Maracaju tenha uma produção acima da média. “Além disso, o trabalho da Fundação MS ajuda a manter o município no topo da produção de soja do Estado, como também contribui para que os produtores rurais se interessem pelas novas tecnologias voltados para o setor. Com certeza, esse destaque da sojicultora reflete na economia local, alavancando o nosso desenvolvimento e fazendo com que Maracaju tenha uma das melhores receitas do Estado”, analisou. Clima prejudica Apesar de a produção de soja ter alcançado 8,8 milhões de toneladas e a produtividade média chegar a 48 sacas por hectare, a safra 2018/2019 em Mato Grosso do Sul poderia ter sido ainda maior. Isso porque dados compilados pela Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) revelam uma queda de aproximadamente 9% no volume produzido de soja nessa safra em relação à anterior. Para o presidente do Sistema Famasul, Mauricio Saito, o clima foi o fator que mais contribuiu para a redução da produção da oleaginosa no Estado. “É preciso ter em mente que a empresa do produtor rural é a céu aberto, totalmente suscetível às intempéries climáticas, por isso, a produtividade caiu 23%, impedindo um novo recorde histórico”, disse. No entanto, mesmo com a redução de produtividade desta safra, a produção quando comparada à safra 2013/2014, cresceu 44% e a produtividade avançou mais de 3% no Estado. Municípios como Alcinópolis, Coxim, Costa Rica, São Gabriel do Oeste, Laguna Carapã e Chapadão do Sul registraram médias acima de 60 sacas por hectare, o que influenciou positivamente no aumento da produtividade média do estado, que registrou 48 sacas por hectare. Mauricio Saito destaca o perfil sustentável do produtor rural. “O crescimento é rápido e consciente. O agricultor é o maior interessado na preservação do meio ambiente e por isso, a expansão das áreas de agricultura se dá sob a conversão de áreas de pastagens degradadas. A adoção de tecnologias, a exemplo do plantio direto, faz com que o produtor garanta o desenvolvimento da sua atividade com qualidade e sustentabilidade”, concluiu.