A Justiça afastou provisoriamente sete agentes da Unei Dom Bosco (Unidade Educacional de Internação), incluindo o diretor-adjunto, apĂłs denĂșncia de agressĂŁo. A liminar, proferida no Ășltimo dia 10, Ă© da juĂza da Vara da InfĂąncia, AdolescĂȘncia e do Idoso, Katy Braun do Prado. A magistrada deu prazo de 30 dias para o governo do Estado efetivar as medidas.
A ordem de afastamento é para os servidores e também para Ricardo Lopes Lima, diretor da Unei à época dos fatos e atual adjunto.
Na denĂșncia, o MP/MS (MinistĂ©rio PĂșblico de Mato Grosso do Sul) narra âfatos criminosos considerados gravĂssimosâ. No dia 11 de setembro do ano passado, um adolescente denunciou agressĂ”es e torturas. Ele relatou que participou, em 31 de agosto de 2018, de uma tentativa de fuga com outros trĂȘs internos. A grade foi serrada e o grupo conseguiu sair do alojamento, mas a tentativa foi frustrada pelos agentes.
O adolescente relata que um dos agente o agrediu com a tonfa (cassetete) e outro jogou spray de pimenta no seu rosto. Depois, durante transferĂȘncia de alojamento, foi agredido a tapas pelos dois agentes. Em 3 de setembro, novo relato de agressĂŁo. Segundo o adolescente, ele foi retirado do alojamento pelo diretor da Unei e levou tapas, ainda no corredor. Depois, foi Ă sala da direção e encaminhado Ă delegacia de PolĂcia Civil para registro de Boletim de OcorrĂȘncia. NĂŁo foi detalhado o conteĂșdo do BO.
No dia 5 de setembro, o adolescente afirma que foi retirado Ă força do alojamento pelo diretor e outros dois agentes. Na sequĂȘncia, foi informado de que seria transferido para o pavilhĂŁo B, onde tem rixa com os demais internos. Ele conta que estava na sala da direção e, com medo, saiu correndo. Mas levou uma rasteira e teve pĂ©s e mĂŁos algemados, passando a ser vĂtima de novas agressĂ”es. No dia 7 de setembro, o adolescente conta que foi chamado de âjackâ e âcaguetaâ por um dos agente, na frente de outros internos.
Para se defender, quebrou um cabo de vassoura em duas partes, mas conta que voltou a ser agredido por 5 servidores. Todos os episĂłdios tiveram registro de Boletim de OcorrĂȘncia, inclusive com exame de corpo de delito.
A pedido da promotoria, o adolescente foi transferido. O MinistĂ©rio PĂșblico ainda pediu informaçÔes sobre escalas, livro de ocorrĂȘncias e fichas funcionais. O exame na vĂtima apontou lesĂŁo corporal leve.