Imagine denunciar um médico por prática de crime sexual que teria ocorrido em uma unidade pública de saúde, onde a vÃtima seria sua filha menor de idade, e quatro anos depois, ao procurar um posto de saúde, encontrar o mesmo profissional atendendo consultas no setor de Pediatria.
  Foi esta situação que viveu uma escriturária que atua no setor de Saúde de Campo Mourão. Em novembro de 2015, ela levou sua filha, na época com 14 anos, para ficar ao seu lado durante a jornada de trabalho. A menina estava em tratamento psicológico e a presença dela teria sido autorizada, segundo relato da mãe.
  No local, uma Unidade Básica de Saúde no bairro Lar Paraná, a menina teria sido beijada a força por um médico, de 71 anos. A mãe diz ainda que o médico passou a mão em partes Ãntimas da menor e ainda mais: propôs a própria mãe que aliciasse a lha para encontros sexuais, uma ou duas vezes por semana. Em troca, a famÃlia se “beneficiaria†com casa reformada e o pagamento de cursos e faculdade e a mãe receberia R$ 700 mensais, conforme consta no boletim de ocorrência registrado pela PolÃcia Civil.
  Os diálogos foram gravados pela escriturária, com equipamentos fornecidos pela própria Secretaria de Saúde de Campo Mourão. O material foi entregue na sede da 16ª Subdivisão Policia de Campo Mourão onde foi aberto inquérito pela prática de crime contra a dignidade sexual de criança e adolescente.
   Na delegacia, o inquérito foi finalizado e encaminhado ao Ministério Público. O órgão ofereceu denúncia contra o médico, que se tornou réu no processo número 3751- 38.2016.8.16.0058 que tramita na 1ª Vara Criminal.
   Sem qualquer registro das denúncias anteriores, a empresa que atua na terceirização de serviços médicos para prefeitura contratou novamente o médico para atuar no Posto dessaúde 24 Horas, em Campo Mourão. Na época do caso, o médico havia se mudado para Nova Tebas.
   Na última quinta-feira, a mulher foi ao posto de Saúde 24h, no Jardim Lar Paraná, e viu que o médico estava atendendo como pediatra na unidade de saúde. “Achei um absurdo. Quero Justiça†– disse a mãe frisando que o médico quis “comprar a sua filhaâ€.Â