Enquanto se discute a água, flutuação lidera visitas em Bonito

 / SILVIO ANDRADE

O turvamento pontual ocorrido nas águas do Formoso e Prata, entre os rios mais cristalinos do mundo, em Bonito, não prejudicou o fluxo turístico à região, segundo dados divulgados pelo Observatório de Turismo do município relativos ao desempenho dos atrativos turísticos no mês de maio, considerado período de baixa temporada.

A flutuação nestes rios foi o passeio, entre 45 atrativos, mais visitado, superando os balneários, líderes históricos.

A frequência de 9.170 turistas nos banhados, onde a transparência das águas permite praticar o snorkeling em contato com cardumes de piraputangas e outros peixes e com a exuberância da natureza, desfaz a imagem negativa que a divulgação da turbidez no ecossistema deixou no principal destino de ecoturismo do Brasil, segundo o secretário municipal de turismo, Augusto Mariano. O cristalino das águas se recompôs rapidamente.

FLUXO

Nos meses de janeiro a abril, confirmando uma tendência do turismo local, os balneários lideraram o número de visitantes. A flutuação, que é o segundo atrativo mais procurado, no entanto, destacou-se em maio, em um período de discussões acerca dos impactos ambientais causados à qualidade da água dos rios pela expansão da agricultura e excesso de chuvas. O número de visitantes aos balneários caiu de 11.340, em abril, para 5.796, em maio.

Conforme boletim do Observatório do Turismo de Bonito, o segundo atrativo mais visitado no mês passado foram as grutas do Lago Azul e São Miguel, totalizando 8.974 pessoas. O fluxo turístico à região segue em linha crescente em 2019 em relação aos últimos dois anos e próximo ao registrado em 2016, considerado a melhor temporada, com 212 mil visitantes. Em maio, a cidade recebeu 14.152 turistas, 652 a menos do que em 2016 e 993 a mais que 2018.

A taxa de ocupação da rede hoteleira entre maio de 2019 e de 2016 também se assemelha – 39% e 44%, respectivamente. Foram comercializados 36.188 bilhetes (voucher) no mês passado para visita aos atrativos (balneários, botes, cachoeiras, flutuações, grutas e passeios urbanos), com média do valor do tíquete de R$ 131,06. 

No período, a taxa de ocupação da Gruta do Lago Azul, a mais visitada do Brasil, foi de 54% (em 2016, chegou a 60%).