A Câmara Municipal de Bonito – cidade a 300 quilômetros de Campo Grande – está lotada na manhã desta segunda-feira (10), para a audiência pública que discute a conservação dos rios da região. Todos os lugares estão ocupados e há pessoas assistindo em pé. No mês passado, os rios Formoso (Bonito) e da Prata (Jardim) ficaram marrons de lama, causando preocupação em moradores, empresários do setor de turismo e turistas.
Com o uso de drones, a PMA (PolÃcia Militar Ambiental) identificou que a lama saiu de uma fazenda de soja, quando a enxurrada encheu uma represa de contenção da água de escoamento superficial. A represa não suportou a água, que carregou o barro para o rio. Alguns dias após o ocorrido, com as chuvas cessando, as águas voltaram a ficar cristalinas, mas, a preocupação continuou.
A audiência pública foi proposta durante sessão ordinária em 27 de novembro. A Câmara Municipal de Bonito aprovou requerimento verbal apresentado pelo vereador Pedro Aparecido Rosário em parceria com os vereadores Edvaldo Rebeque, Geraldo Jacques Marques e Valdevino Vargas Ribeiro. Participam a Sema (Secretaria Municipal de Meio Ambiente), Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Sindicato dos Produtores Rurais, setor turÃstico e entidades do terceiro setor (ONGs).
Bloqueio
A Justiça determinou o bloqueio financeiro dos proprietários das fazendas Rio Grande e Monalisa, até o limite de R$ 400 mil. A medida foi proposta pelo Ministério Público Estadual depois dos danos ambientais que deixaram o Rio da Prata enlameado durante as chuvas.
De acordo com o Ministério Público, os donos das fazendas não possuem medidas essenciais de conservação do solo. Com a ausência da prevenção, as fazendas causaram danos ao Rio da Prata, localizado entre os municÃpios de Jardim e Bonito.