A BolĂvia acordou hoje (11) sem governante. Ontem, o presidente Evo Morales renunciou ao cargo, apĂłs uma onda de protestos que jĂĄ durava 21 dias. TambĂ©m renunciaram Ălvaro GarcĂa Linera, vice-presidente do paĂs, VĂctor Borda, presidente da CĂąmara de Deputados, e Adriana Salvatierra, presidente do Senado.
Cabe agora ao Legislativo escolher um novo presidente do Senado, para que possa acatar a renĂșncia de Morales e dar inĂcio ao processo de novas eleiçÔes.
A Constituição boliviana estabelece que âem caso de impedimento ou ausĂȘncia definitiva do presidente, ele serĂĄ substituĂdo pelo vice-presidente e, na ausĂȘncia deste, pelo presidente do Senado, e na ausĂȘncia deste pelo presidente da CĂąmara dos Deputados. Neste Ășltimo caso, novas eleiçÔes serĂŁo convocadas dentro de um perĂodo mĂĄximo de noventa diasâ.
De acordo com Salvatierra, que renunciou Ă PresidĂȘncia do Senado, âa renĂșncia da presidĂȘncia (do Senado) nĂŁo implica necessariamente sucessĂŁo em linha direta pelo vice-presidente, mas que uma sessĂŁo deve ser realizada para definir nova presidĂȘncia para o Senado".
Diante da ausĂȘncia dos chefes das duas cĂąmaras, o vice-presidente do Senado deve convocar uma sessĂŁo e encaminhar os prĂłximos passos. Ainda nĂŁo se sabe exatamente como o Legislativo irĂĄ proceder. Ă possĂvel que determine um nome para assumir a presidĂȘncia do Senado, alguĂ©m que finalize o atual mandato de Morales, enquanto se convocam novas eleiçÔes.
Pode ser ainda que os legisladores definam uma espécie de "governo de consenso" até o fim do atual mandato, que vai até o dia 22 de janeiro, data prevista para a posse do próximo presidente.
Outra possibilidade Ă© que partidos polĂticos e movimentos civis cheguem a um acordo em relação ao nome de algum senador que possa ocupar interinamente a presidĂȘncia, enquanto o processo de novas eleiçÔes Ă© realizado.
O partido de Evo Morales, o Movimiento al Socialismo (MAS), tem maioria nas duas cĂąmaras.