Padrasto preso por torturar criança de 3 anos confessa crimes e diz que usava fio de ventilador para feri-la

imagem ilustrativa  / Graziela Rezende

 O padastro de 19 anos, preso em flagrante por torturar uma criança de 3 anos, em Campo Grande, confessou o uso de um fio de ventilador para cometer os crimes. No caso da mãe da vítima, de 21 anos, que também está na cadeia com a suspeita de participar das agressões, o padrasto alegou que ela usava diversos objetos para ferir a menina.

No boletim de ocorrência, consta que a conselheira tutelar foi acionada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Leblon. Ao chegar no local, ela foi informada pela equipe médica que "a paciente deu entrada por volta das 22 horas (de MS) de segunda-feira (20), sendo levada pela mãe e mais um homem, o qual disse que a menina caiu do berço".

Desconfiados, eles entraram em contato, principalmente por perceberam fratura exposta e também a "atitude suspeita" do homem, que foi embora em seguida. A conselheira, por sua vez, entrou em contato com a Polícia Civil. O delegado plantonista, ao chegar no local, soube que a criança tinha sido transferida para a Santa Casa.

No outro hospital, o médico plantonista comentou que a menina "apresentava lesões incompatíveis com os fatos narrados pela mãe, como lesões no rosto e pescoço e equimose em diversas partes do corpo, além de lesão semelhante a queimadura na parte interna da virilha esquerda e fratura exposta no osso da tíbia".

 
O delegado então procurou pela mãe no interior da unidade hospitalar. Ela foi interrogada e disse que possui também outro filho, de 8 meses, que está em uma chácara na avenida Três Barras, sendo que ela não possui mais contato com o pai. Houve diversas contradições, de acordo com a polícia, sendo ela presa em flagrante.

Na ocasião, a mulher ainda repassou o possível endereço do paradeiro do padrasto, que seria a casa do pai dele, no bairro Santa Emília. Os policiais fizeram nova busca e encontraram o homem no local. Durante a conversa com os investigadores e o delegado, o suspeito confessou que, por vezes, já agrediu a criança com fio de ventilador e a mãe também estaria agredindo a menor com diversos objetos.

Sobre a fratura exposta, ele negou participação, ressaltando que estava trabalhando e não sabia, sendo que viu o ocorrido nessa terça (21) e a levou para atendimento médico, sendo que não ficou no hospital pelo fato de ser evadido do sistema prisional.

Os envolvidos foram levados para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Cepol e indiciados por tortura, com pena que pode chegar a 12 anos de reclusão. O caso segue agora sob apurações da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca).

 

Criança passou por cirurgia ortopédica

 

Na Santa Casa, a assessoria de imprensa afirmou ao G1, nessa quarta-feira (22), que a paciente está na enfermaria consciente, orientada e estável. Foi feita a cirurgia pelo setor de ortopedia e ela permanece em recuperação do procedimento cirúrgico realizado no dia anterior.

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