Campo Grande teve a segunda queda seguida no acumulado semanal de casos novos da Covid-19. Foram 17 pacientes que testaram positivo entre o sábado (2) e esta sexta-feira (8), efeito da alta disponibilidade de exames para encontrar e isolar os infectados antes que eles contaminem outras pessoas.
O municÃpio encerra hoje a oitava semana desde o primeiro caso, no dia 14 de março. Desde então, foram 151 pessoas doentes na cidade, das quais quatro morreram.
Inicialmente, somente pessoas em estado grave coletavam amostras para a testagem. Diante da incerteza provocada pela subnotificação, a Prefeitura decretou medidas duras de isolamento social. Aulas foram suspensas, coletivos pararam de circular e as lojas foram fechadas.
Pelo gráfico do avanço da Covid-19 semana após semana é possÃvel notar que os acumulados não trouxeram aumentos significativos até o dia de abril. Nos sete dias seguintes, somente seis testaram positivo.
Na quinta semana, o drive-thru do Governo Estadual começou a funcionar no Quartel Central do Corpo de Bombeiros. Qualquer um que esteja, ao mesmo tempo, com febre e ao menos um sintoma de gripe (coriza, dor de garganta, dor no corpo, dor de cabeça, cansaço) fazia o teste.
Isso fez o acumulado semanal subir para 22 infectados na quinta semana e alcançar o pico na sexta (entre os dias 18 e 24 de abril), com 37 novos casos.
Foi a partir daà que o municÃpio teve um panorama real sobre a Covid-19. Para o epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz no Estado, Júlio Croda, mesmo que uma parcela significativa da população não esteja cumprindo o isolamento social recomendado pelos órgãos da saúde, o acesso aos testes têm feito a diferença.
“Então os que foram identificados foram isolados com seus contatos e, portanto, não teve nenhuma disseminação importante para o resto da população. Estamos em um momento com bom controle da doença. Tem que continuar testando e isolando, casos e contatos, independentemente de viagensâ€, pontua o especialista.
Os números não significam, por outro lado, que a situação esteja fora de perigo. Ainda há o risco de pessoas vindas de estados e municÃpios com alta incidência da doença espalharem a Covid-19 especialmente durante aglomerações em festas, eventos ou até mesmo circulando no comércio.
Croda afirma que é preciso que os cidadãos se protejam e evitem sair de casa sem necessidade. Outra medida importante é o uso de máscaras: o ideal é que 70% das pessoas usem o equipamento de proteção para sair na rua.
Para o epidemiologista, quando os casos semanais começarem a despencar ainda mais, será o momento de estender ainda mais a testagem para quem tem apenas sintoma de gripe, sem febre, ampliando o escopo da identificação e isolamento de pacientes.
DADOS
Em Mato Grosso do Sul, em que pesem as 11 mortes, 199 pacientes se curaram da doença. Outras 96 pessoas ainda continuam em isolamento social e 20 permanecem internadas em leitos públicos e privados.