O Conselho de Ética do Senado arquivou nesta quinta-feira (6) a representação contra Aécio Neves (PSDB-MG) por quebra de decoro parlamentar.
Por 11 votos a 4, o colegiado rejeitou um recurso protocolado no dia 27 de junho. Com isso, o caso foi arquivado em definitivo.
Votaram contra o recurso os senadores Airton Sandoval (PMDB-SP), Romero Jucá (PMDB-RR), Helio José (PMDB- DF), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Flexa Ribeiro (PSDB-PA), Eduardo Amorim (PSDB-SE), Gladson Cameli (PP-AC), Acir Gurgacz (PDT-RO), Telmário Mota (PTB-RR), Pedro Chaves (PSC-MS) e Roberto Rocha (PSB-MA).
Apenas Lasier Martins (PSD-RS), José Pimentel (PT-CE), João Capiberibe (PSB-AP) e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) defenderam que o processo tivesse continuidade.
Pedro Chaves, que é vice-presidente do Conselho de Ética, havia comentado na semana passada que tentaria desarquivar a representação, mas voltou atrás hoje. Ele não comentou em canais oficiais o motivo da mudança de posicionamento.
Conforme a Folha de S.Paulo publicou na quarta-feira (5), uma articulação entre o PSDB e o PMDB pretendia adiar a análise de um recurso que pode reabrir o processo contra o tucano. Contudo, os partidos decidiram que "não se pode deixar Aécio na chuva" e o caso deve ser encerrado nesta quinta.
A mudança de planos ocorreu depois do retorno de Aécio ao Senado na terça-feira (4). O tucano, que passou 46 dias longe das atividades polÃticas, teve a decisão de seu afastamento revista pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na última semana.
A representação de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) já havia sido arquivada no mês passado pelo presidente do colegiado, João Alberto Souza (PMDB-MA) por "ausência de provas".
Randolfe, com apoio de cinco senadores, recorreu da decisão por meio do recurso rejeitado nesta quinta.
A acusação contra o senador tucano tem como base a delação do grupo J&F e gravação feita pelo empresário Joesley Batista em que Aécio é flagrado pedindo R$ 2 milhões, além de comentar iniciativas para tentar frear a Lava Jato.