Senador Nelsinho Trad participa de comitiva oficial de ajuda humanitária ao Líbano

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A convite do presidente da República, Jair Bolsonaro, o senador Nelsinho Trad (PSD/MS), presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) e descendente de libaneses, vai integrar a delegação para representar o governo brasileiro em missão especial a Beirute, no Líbano, no período de 12 a 15 de agosto. “Antes mesmo de Beirute ser destruída por duas explosões terríveis na semana passada, o Líbano estava se levantando de uma pós-guerra e, recentemente, foi destroçado pela Covid e por uma crise financeira que deixou famílias totalmente desesperadas. Agora, com áreas enormes da capital devastadas, é impossível ignorar as necessidades desse país. Então, aceitei o convite para acompanhar de perto, porque é importante um representante do Congresso Nacional. Eu já estive em Beirute em circunstâncias diferentes, onde havia muita vida, agora também preciso estar neste momento difícil para ajudar como puder”, comentou o senador Nelsinho Trad.
 
Após a situação catastrófica que provocou pelo menos 200 mortes e deixou seis mil feridos, o parlamentar sul-mato-grossense - preocupado com os libaneses - havia agendado uma reunião com o embaixador do Líbano no Brasil, Joseph Sayah. Nesta manhã, os dois conversaram sobre as consequências. “De um minuto para o outro, a explosão fez com que 80 mil pessoas perdessem suas casas e estão, nesse momento, desalojadas, nós precisamos ajudar”, enfatizou o senador Nelsinho Trad. 
 
O embaixador do Líbano no Brasil, Joseph Sayah, informou que a explosão no Porto de Beirute pode ter sido resultado da detonação de 2,7 mil toneladas de nitrato de amônio que fora armazenado no porto seis anos antes, sem as devidas medidas de segurança. “É uma tragédia de todas magnitudes: humanitário político e social. O povo está exigindo respostas, porque tinha tanto nitrato no porto? Agora o presidente vai consultar com os líderes das bancadas no Parlamento e quem tiver o maior números de votos será escolhido primeiro-ministro. A pressão internacional está grande, acredito que vamos ter a formação de um novo governo o mais rápido possível. Acredito que a destruição só não foi maior por causa do coronavírus, porque muita gente estava em casa e não no centro de Beirute”, explicou o embaixador. 
 
Segundo o embaixador, os prejuízos financeiros podem somar  entre US$ 10 e 15 bilhões de dólares. “Estou contando com a carga do porto, porque lá ficam armazenados cerca de 75 a 80% dos produtos importados para o Líbano”, disse. 
 
Na comitiva oficial, transportada pela Força Aérea Brasileira (FAB), o governo federal vai enviar medicamentos e insumos básicos de saúde arrecadados pela comunidade libanesa radicada no Brasil e, também, serão enviados 4mil kg de arroz pelo transporte marítimo. Atualmente, são 10 milhões de brasileiros com ascendência libanesa, um deles é a família do senador Nelsinho Trad. “O meu avô Assaf Trad veio na década de 20, se tornou comerciante e casou-se com outra imigrante libanesa Margarida Maksoud, ele contribuiu para o desenvolvimento do então Estado de Mato Grosso (ainda não dividido) e ganhou o título de cônsul. Ele fincou suas raízes em terras sul-mato-grossenses, teve quatro filhos (Norma, Nelson, Marcelo e Ricardo – todos já falecidos) e deixou um legado de centenas de netos e bisnetos, de trabalho, respeito e de muito orgulho de imigrante a todos nós. Por isso, tenho um coração bem ‘libanês’ e estou estarrecido com as condições de lá”, disse o senador.
 
Comitiva oficial
 
A comitiva sairá por volta das 7h de amanhã de Brasília, seguirá para São Paulo e, de lá, para Beirute. A previsão é de chegada às 6h30 no Aeroporto de Valência e, depois, em Beirute por volta das 13h30. No trajeto de Brasília a São Paulo, o presidente Jair Bolsonaro e o embaixador do Líbano no Brasil, Joseph Sayah, já avisaram que vão acompanhar a delegação brasileira até a partida do grupo para Beirute. 
 
Participam da comitiva oficial: o ex-presidente Michel Temer, como o chefe da missão, o senador Nelsinho Trad, o senador Luiz Osvaldo Pastore, o secretário de Assuntos Estratégicos da Presidência da República Flávio Augusto Viana Rocha, o secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África do Ministério das Relações Exteriores e o representante do Exército Carlos Augusto Fecury Sydrião Ferreira e os assessores Paulo Antônio Skaf, Elson Mouco Júnior, Michael Ferreira Flores, Ronado da Silva Fernantes, Luciano Ferreira da Sousa, Sebastião Ruiz Silveira Júnior e Marcelo Ribeiro Haddad.  
 
Nesta quinta (13), poderá ocorrer um almoço oferecido pelo ministro Jandyr Ferreira dos Santos, encarregado de negócios do Brasil em Beirute, à delegação brasileira. À tarde, também deverá ser confirmado a ida da comitiva ao eminente cardeal Bechara Boutros al-Rahi, patriarca da Igreja Maronita e lideranças religiosas libanesas. 
 
De acordo com agenda oficial, está programada reunião da comitiva com o contra almirante Sérgio Salgueirinho, comandante da Força Tarefa Marítima da Força Interina das Nações Unidas do Líbano. 
 
Já, na sexta-feira, o grupo será recebido pelo presidente do Líbano, Michel Naim Aoun, também pretende conversar com o primeiro ministro do Líbano (caso já tenha sido escolhido pelo Líbano) e com o presidente do parlamento Nabih Berri. No encerramento das atividades, haverá a cerimônia de entrega oficial da ajuda humanitária do Brasil ao Governo do Líbano. “Sinto que é meu dever como descendente libanês externar a solidariedade brasileira aos libaneses”, afirmou o senador Nelsinho Trad.