O grupo que provocou na quinta-feira um tiroteio que deixou cinco mortos na cidade de Santa Cruz de La Sierra, na região central da Bolívia, está ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC), segundo o governo boliviano. Em entrevista coletiva, o ministro de governo, Carlos Romero, confirmou a morte de três dos assaltantes, um policial e de uma das reféns, que era gerente da joalheira Eurochrones, onde ocorreu a tentativa de roubo que frustrada pela polícia.
Além disso, seis pessoas ficaram feridas: três policiais e outros três funcionários da joalheria. O ministro disse que não foi a primeira vez que a quadrilha tentava uma ação como a de hoje e afirmou que eles estão ligados ao PCC, uma das principais organizações criminosas do Brasil. “Por isso, eles devem ser considerados criminosos muito perigosos que, como demonstraram, estavam dispostos a matar”, destacou.
A mulher que morreu foi utilizada como escudo humano pelos assaltantes, assim como outros dos funcionários da joalheria. Vídeos gravados por moradores, que viralizaram nas redes sociais, mostram os bandidos fazendo quatro reféns quando começa o tiroteio.
Dois dos assaltantes mortos eram brasileiros. As autoridades bolivianas ainda precisam confirmar a nacionalidade do terceiro homem. A polícia da Bolívia prendeu um homem e uma mulher que fazem parte da quadrilha. Eles teriam sido detidos em uma operação em uma casa de segurança, onde os agentes também encontraram munição.
Os dois serão acusados pelos crimes de homicídio, roubo agravado e organização criminosa. O presidente da Bolívia, Evo Morales, falou sobre o assunto em sua conta no Twitter e destacou que a ação da polícia foi “imediata e oportuna”. A promotoria de Santa Cruz informou que já formou duas comissões, uma de promotores e outra de especialistas em balística, para investigar o tiroteio.
PCC internacional
Em maio deste ano, o PCC teria atuado em outra ação internacional. As polícias do Brasil e do Paraguai acreditam que o grupo esteja envolvido no assalto milionário à empresa de transporte de valores Prosegur, em Ciudad del Este. Na ocasião, pelo menos 30 homens com armamento de guerra – como metralhadoras, fuzis e explosivos – roubaram US$ 40 milhões (R$ 120 milhões). Um policial e três bandidos morreram e quatro pessoas ficaram feridas. O assalto é apontado como o maior da história do Paraguai.