Focos de incêndio aumentam 71% no Estado de MS

Número de queimadas em Dourados aumenta e gera riscos para a saúde e segurança da população Foto: Marcos Ribeiro /

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam que os primeiros 13 dias de julho apresentaram aumento de 71% nos focos de calor em relação ao mesmo período do ano passado. Foram registrados 358 focos de calor em todo o Estado. A maior parte, no município de Corumbá. Em 2016, nesse mesmo período, foram somente 209 focos. Em Dourados, o Instituto do Meio Ambiente (Imam) registra o dobro de denúncias nessa época de estiagem.

De acordo com o diretor presidente do Instituto, Fábio Luis da Silva, são pelo menos 20 reclamações por semana. A maioria é relacionada a incendios em terrenos baldios. "Ainda falta concientização sobre o bem da coletividade. Muita gente prefere pôr fogo no lixo de casa ao invés de colocar no saco plástico. Há também aqueles que jogam bituca de cigarros em mato seco de terrenos baldios e o fogo se espalha com a ação do vento", lamenta.

Multas

De acordo com Fábio Luis, provocar queimada ao ar livre sem a devida autorização pode gerar multa no valor entre R$ 80 a R$ 500 mil. As equipes do Imam realizam vistorias aleatórias e quando encontra focos ou vestígios de queimada em terrenos baldios, identifica o proprietário através de cadastro na prefeitura e autua o dono do imóvel, já que é dele a responsabilidade de manter o terreno limpo.

Fábio explica ainda que se o responsável for flagrado no ato da queimada ele será penalizado conforme a Legislação (Lei complementar nº 055/2002). Caso o fiscal constate resquícios de queimadas, o proprietário do imóvel é responsabilizado. "O Imam não possui equipamentos nem mão de obra especializada para combater incêndios, função essa atribuída ao Corpo de Bombeiros. Nosso papel é de fiscalização da lei ambiental de nossa cidade", explica, observando que o telefone para denúncias é o 3428 4970.

Bombeiros

O Corpo de Bombeiros alerta que o inverno é o período mais crítico de queimadas em Mato Grosso do Sul. A corporação alerta para os cuidados que a população deve ter para evitar que práticas corriqueiras acabem se transformando em incêndios. Até as autorizações de queima controlada são canceladas nesse período e quem insistir na prática comete crime ambiental, explicou o chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar de MS (CBMMS), tenente-coronel Waldemir Moreira Júnior. Além da poluição ambiental, ele destaca os malefícios para a saúde da população, como o aumento na incidência de problemas respiratórios. Isso porque as massas de ar seco impedem que a fumaça seja dissipada.

Entre as recomendações para evitar incêndios no período crítico do ano estão: não colocar fogo sob hipótese nenhuma; criar aceiros nos terrenos, com limpeza da vegetação num espaço de 1,5 metros ao redor para evitar que incêndios vizinhos consigam se propagar; recolher as folhas secas em sacos de lixo; e não jogar bitucas de cigarro em locais onde há vegetação que possa servir de combustível.