Dois anos após ser lançado, o Programa Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal desponta como uma das ações do Governo do Estado para o fortalecimento e aprimoramento da atividade pecuária na região pantaneira, com a adoção de boas práticas de produção e manejo dos animais, de forma integrada ao meio ambiente, conservando e protegendo as características únicas do bioma.
No escopo do programa realizado e coordenado pela Semagro (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar) está a valorização do homem pantaneiro, sua cultura e os processos produtivos que, historicamente, preservaram o bioma pantanal. O produtor que se habilita no programa deve garantir o bem-estar animal em todas as fases do processo produtivo e minimizar os impactos ambientais.
“Tudo isso proporciona um produto final saudável, obtido com responsabilidade social e ambiental e com uma certificação que o identifica como sustentável e orgânico. A ideia central é a da agregação de valor à atividade pecuária no Pantanal com um modelo produção sustentável que já é uma condicionante em todos os nossos programas de incentivo”, lembra o secretário Jaime Verruck, da Semagro.
De acordo com Verruck, o “Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal” é um programa de incentivo fiscal que “estimula a produção sustentável, melhora a remuneração do produtor pantaneiro e nos auxilia a divulgar uma marca e uma carne sul-mato-grossense de qualidade em nível nacional e internacional”.
Ele foi construído juntamente com os produtores rurais do Pantanal e com a ABPO - Associação Brasileira de Produtos Orgânicos. “Realizamos todo um trabalho para desenvolver um produto específico do Pantanal, com marca e reconhecimento. Ele foi lançado em 2018 pelo Governo do Estado e incluído no PROAPE - Programa de Avanços da Pecuária de Mato Grosso do Sul”, comenta.
De acordo com as normas do programa, a carne sustentável é aquela que tem a certificação da ABPO junto ao Ministério da Agricultura. Já a carne orgânica, segue o protocolo nacional de propriedades produtoras que se enquadram na lei federal do Sistema Brasileiro de Conformidade Orgânica. A certificação do programa é realizada pelo IDB Certificação.
Para se habilitar, as propriedades rurais, além de estarem localizadas no bioma pantanal devem atender a uma série de exigências, como: alimentação dos animais com pastagem do bioma pantaneiro; suplementação animal com controle de origem; atendimento a normas rigorosas de manejo sanitário; instalações e equipamentos devidamente certificados; condições de embarque, transporte e desembarque privilegiando o bem-estar animal. “Hoje, temos o credenciamento de técnicos. Já são seis habilitados, que passaram pela capacitação oferecida pela Semagro”, lembra o titular da Semagro.
Em dois anos do programa, foram 12 mil animais abatidos. “É um resultado de sucesso, pois é um programa de nicho de mercado. Hoje temos 11 propriedades rurais cadastradas, produzindo esses produtos e outras 8 em processo de credenciamento e que ainda serão avaliadas se seguem os critérios de sustentabilidade e de produção orgânica. Nossa ideia é estimular que outros produtores pantaneiros entrem no programa e que, cada vez mais essa marca seja reconhecida internacionalmente”, afirma o secretário Jaime Verruck.
Atualmente, quatro indústrias frigoríficas estão habilitadas a fazer os abates: Naturafrig Alimentos Ltda (Rochedo); Boibrás Ind. Com. Carnes e Subprodutos Ltda (São Gabriel do Oeste); Frima Frigorífico Marinho Ltda (Corumbá); Frizelo Frigoríficos Ltda (Terenos). Outras 3 indústrias frigoríficas estão em processo para serem credenciadas: JBS - Unidade I e II (Campo Grande); JBS (Anastácio, Coxim e Ponta Porã) e Frigorífico Balbinos (Sidrolândia).
Na avaliação do titular da Semagro, o “Carne Sustentável e Orgânica do Pantanal” é um programa “altamente consistente, com critérios de produção sustentável para depois ser credenciado como orgânico. A oferta de carne de qualidade com certificação orgânica é um mercado crescente em nível nacional e internacional e inserir o Pantanal nesse contexto é fundamental para posicionar Mato Grosso do Sul como um Estado que tem a sustentabilidade como política estratégica para o desenvolvimento econômico”, finaliza Jaime Verruck.