O caseiro Rivelino Magela, de 45 anos, suspeito do assassinato do ex-vereador de Campo Grande Cristóvão Silveira (PSDB) e da esposa Fátima Silveira, afirmou à polícia que a motivação para o latrocínio foi vingança. “Várias vezes ele [Silveira] descia da caminhonete e me ameaçava”, declarou o caseiro.
Durante coletiva sobre o crime na tarde desta quarta-feira (19), o titular da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras), Fábio Peró, destacou a motivação e que a ideia era vender a caminhonete e os bens do casal para conseguir dinheiro.
Além do caseiro, também foram presos os dois filhos dele, Alberto e Rogério Magela, de 21 e 19 anos, respectivamente. Alberto não teria participado do crime, mas foi encontrado com um aparelho de televisão que teria sido levado da casa do ex-vereador. “Não sabia de nada”, alegou.
Já Rogério esteve na chácara das vítimas e disse ter golpeado Silveira, mas negou que violentado a mulher da vítima.
No entanto, Peró afirmou que o crime começou a ser planejado uma semana antes, conforme as mensagens entre Rogério e outro suspeito encontradas nos aparelhos celulares que estavam com Rivelino quando confessou o crime. Ele recebeu atendimento na Santa Casa por causa de um ferimento no pé decorrente da luta com Silveira.
“Caso não dessem esse apoio, ele iria concretizar o crime sozinho”, disse Peró sobre a mensagem. Segundo o delegado, as mensagens falavam em morte, mas não tinham requinte de crueldade.
Depois do crime, Rogério e Diogo foram para Anastácio e esconderam o veículo no lixão da cidade. Quando Rivelino confessou o crime, contou o paradeiro dos dois comparsas. A polícia encontrou Rogério, que confessou onde estaria o primo e o carro, mas nenhum dos dois foi encontrado.
Nesse meio tempo, o outro suspeito tinha fugido para Corumbá com outra pessoa, já que não sabia dirigir. Na cidade que faz fronteira com a Bolívia, acabaram capotando o veículo e fugindo. Porém, no fim da tarde desta quarta-feira, voltaram ao local e o que participou do assassinato acabou morrendo na troca de tiros com a polícia e o outro fugiu.
Entenda o caso
Segundo o Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque), o caseiro e dois filhos foram presos. A caminhonete foi recuperada após troca de tiros e capotagem após sete quilômetros de Corumbá.
A polícia foi avisada que em um bar na área rural da MS-080 havia um homem ferido, com sangue e dizendo que havia sido assaltado e foi para a região. O homem alegou, em um primeiro momento, que tinha sido assaltado e foi levado para atendimento médico.
Após as buscas, os corpos foram achados em um galpão. Com os depoimentos contraditórios, o suspeito foi preso e confessou a participação dos demais envolvidos. Um dos presos em Anastácio estava com alguns objetos roubados, dentre eles um televisor.
A Polícia Militar (PM) procura agora os dois ocupantes da caminhonete roubada das vítimas, que parou em barranco da BR-262 após troca de tiros. No sítio do casal havia porta arrombada e muitas manchas de sangue.
O caso é investigado pela Delegacia Especializada de Repressão a Rouba a Banco, Assantos e Sequestros (Garras).
De acordo com Câmara Municipal de Campo Grande, Silveira foi vereador por cinco legislaturas, entre 1997 e 2012.