O advogado preso na terça-feira (24) em Anastácio, a 135 quilômetros de Campo Grande, por estuprar três adolescentes de 11, 12 e 15 anos, sustentava a família delas em troca dos abusos. De acordo com a delegada Joilce Silveira Ramos, da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Aquidauana, o autor pagava água, luz e gás, bem como dava dinheiro como se estivesse fazendo programa com as vítimas, que são primas.
Em alguns casos, ele fornecia outros benefícios, como por exemplo, levava o avô das meninas para consultas médicas. Investigações iniciadas há seis meses apontam que os familiares permitiam a violência sexual. Por este motivo, além do advogado, também são investigados os avós, e os pais de cada uma das meninas. “Todos moravam bem próximos, na mesma rua”, diz Joilce.
A delegada disse que o advogado era amigo da família há cincos anos, mas que os abusos ocorriam há aproximadamente dois anos. Ao ser abordado pela Polícia Civil e Polícia Militar na noite de terça, por volta das 22 horas, o homem estava com as três vítimas dentro da caminhonete, consumindo bebidas alcoólicas. Foram apreendidos medicamentos que aparentam ser estimulantes sexuais e pacotes de camisinha.
Na ocasião, o homem alegou que levaria as vítimas para lanchar com autorização da família. Porém, a polícia não viu credibilidade na história, considerando informações previamente levantadas, as circunstâncias dos fatos e o percurso que ele fazia em direção à saída da cidade de Anastácio, onde ficam vários motéis. Mesmo assim, ao prestar depoimento nesta quarta-feira (25), manteve a mesma versão da história.
“Ele diz que sempre levou as meninas para lanchar e que sempre estava acompanhado de sua namorada. Porém, a namorada não estava com ele desta vez porque havia sido deixada em um bar”, explicou a delegada. O homem está preso preventivamente e responde por estupro de vulnerável, exploração sexual, por dirigir embriagado, por fornecer bebidas alcoólicas a adolescente e corrupção de menores. As vítimas ainda serão submetidas a depoimento especial e a exame de corpo de delito. Os familiares delas vão responder criminalmente.