Número de infectados por dengue cai 30% em Campo Grande no ano de 2020

 / Brenda Machado, Naiara Camargo

Em 2020, Campo Grande registrou uma baixa de 30% no número de casos de dengue em relação a 2019, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Gerência Técnica de Endemias da secretaria municipal de Saúde (Sesau).

De 1 de janeiro a 31 de dezembro do ano passado, foram registrados 13.141 confirmações de casos de dengue e 7 óbitos. Considerando o mesmo intervalo, em 2019, esse número correspondia a 19.647 casos e 8 mortes.

Conforme explicou a Sesau, "o saldo positivo é reflexo das ações de enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti realizadas ao longo do ano, mesmo com a pandemia de Covid-19."

Um exemplo de enfrentamento é a campanha promovida pela Prefeitura da Capital, intitulada Mosquito Zero, que pretende eliminar focos do Mosquito e conscientizar a população.

No decorrer do último ano, a campanha contabilizou 41.187 imóveis inspecionados e 1.630 focos do Aedes Aegypti eliminados em todas as seis regiões de Campo Grande.

A superintendente de Vigilância em Saúde do Município, Veruska Lahdo, disse que a intenção da continuidade é evitar que uma epidemia e uma pandemia sejam desencadeadas ao mesmo tempo.

“Ter Dengue, Zika e Chikungunya circulando nos causa preocupação porque dificulta o diagnóstico porque alguns sintomas são iguais ao da Covid-19, como a febre, dor no corpo".

Outra ação já conhecida dos campo grandenses é o fumacê. Espalhando pequenas doses de agrotóxicos pelas regiões da cidade, o serviço teve duração de nove meses em 2020.

Os bairros percorridos pelo fumacê foram: Universitário, Tijuca, São Conrado, Pioneiros, Centro Oeste, Centenário, Caiobá, Alves Pereira e Aero Rancho.

Cenário de MS

Já em relação ao estado, os dados divulgados pela secretaria estadual de Saúde (SES) apontam um cenário contraditório.

Conforme os dados dos boletins estaduais, entre o primeiro e o último dia de 2020, foram registrados 41.378 confirmações e 42 mortes da doença. 

Mato Grosso do Sul permaneceu por meses e fechou o ano ocupando o 2º lugar entre os estados do Brasil em alta incidência de casos de dengue.

Observando as atualizações, é possível notar que todos os 79 municípios do estado ocupam a faixa vermelha da doença. 

As cidades que registraram maior incidência foram: Campo Grande, Ponta Porã, Três Lagoas, Corumbá, Amambaí e Dourados.

Seguindo a lógica do enfrentamento, o “Dia D” de combate ao Mosquito Aedes Aegypti ocorreu em novembro do ano passado.

A ação fazia parte da campanha “Aproveite a Quarentena e Limpe o seu Quintal” e contou o esforço da secretaria estadual de Saúde (SES) e do Corpo de Bombeiros Militar.

Foram usados drones para ajudar as equipes a identificarem criadouros do mosquito em lugares inacessíveis aos agentes.

 
 

Método Wolbachia

Começou, em dezembro passado, a soltura dos Mosquitos Wolbachia. Estes contêm uma bactéria que reduz a capacidade do Aedes Aegypti de desenvolver a Dengue, a Zika e a Chikungunya e outras arboviroses.

De início, os bairros Guanandi, Aero Rancho, Batistão, Centenário, Coophavila II, Tijuca e Lageado foram os sorteados para receber as solturas, que continuarão acontecendo neste primeiro semestre do ano. 

Os próximos a serem contemplados com a liberação do Wolbachia, são os bairros: Alves Pereira, Centro Oeste, Jacy, Jockey Club, Los Angeles, Parati, Pioneiros, Piratininga, Taquarussu, Moreninha e Jardim América.

Além da inciativa, também foi inaugurada a biofábrica para produção de mosquitos Aedes aegypti com a bactéria Wolbachia. O local será um impulsionador para a realização das solturas.

A Prefeitura de Campo Grande, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, o World Mosquito Program (WMP Brasil), a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Ministério da Saúde são os parceiros da ação.

Sintomas da dengue 

  • Febre
  • Dor no corpo
  • Mal-estar
  • Perda de apetite
  • Dor de cabeça
  • Dor atrás dos olhos
  • Dor abdominal
  • Vômito
  • Sangramento do nariz

Como prevenir a dengue 

  • Usar repelente
  • Colocar telas em portas e janelas
  • Eliminar focos de água parada: colocar areia em vasos de pantas, virar “bocas” de garrafas para baixo e tampar vasilhas expostas
  • Limpar calhas
  • Usar larvicidas e inseticidas