Após ser condenada em ação que investigava sua candidatura como ‘laranja’ apenas para cumprir a cota feminina do PRB, a funcionária pública Gilsienny Arce Munhoz recebeu prazo de 15 dias para devolver R$ 316,8 mil aos cofres da União. A servidora disputou uma vaga na Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul) em 2018 e foi condenada na prestação de contas, após receber R$ 761.589,50 e obter apenas 491 votos.
Despacho do juiz eleitoral relator do caso, Diogo Ricardo Goes, determinou a alteração da classe processual da ex-candidata, de prestação de contas para cumprimento de sentença. Em publicação no Diário Oficial da Justiça Eleitoral de quinta-feira (18), já disponÃvel para consulta, Gilsienny passa a constar como executada da União. Sua sentença condenatória já transitou em julgado.
Entretanto, da execução ainda cabe recurso. De acordo com a publicação, o valor de R$ 316,8 mil já chega nos R$ 328,6 mil incluindo as atualizações. Caso ela não faça o pagamento dentro de 15 dias, o igual perÃodo subsequente será para que recorra da execução.
Gastos de campanha
Os recursos recebidos por Gilsy foram repassados pela direção nacional do PRB, ao todo R$760.000,00, quase todo do fundo especial de financiamento de campanha. Ela teve como total de despesas R$759.996,60, sendo que R$361.638,88 com cabos eleitorais e pessoal; e mais R$213.170,00 com prestação de serviços, como locação de veÃculos, publicidade, e assessoria de marketing.
Gilsienny é servidora do governo estadual lotada na Secretaria de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho. De janeiro de 2017 a setembro de 2018, ela esteve cedida à  Funtrab (Fundação do Trabalha), onde teve como chefe Wilton Melo Acosta, presidente regional do PRB e candidato a deputado federal no ano passado.
Acosta deixou o posto de diretor-presidente da Funtrab em abril, e viu parentes e aliados serem desligados da Fundação após seu partido apoiar a candidatura de Odilon de Oliveira (PDT) ao Governo do Estado.
Alguns destes aliados foram contratados na campanha de Gilsienny. Lucas Rael Alves Acosta, filho de Wilton, recebeu R$ 4,9 mil para trabalhar como cabo eleitoral; e Edson Bobadilha, ex-coordenador da Funtrab, fez a coordenação polÃtica da campanha por R$53.973,30.
Gilsienny Arce Munhoz tem como único bem declarado à  Justiça Eleitoral um Renault Sandero 2013/14 avaliado em R$ 28 mil.
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