Desde o dia 21 de abril os balneários de Bonito registram o turvamento das águas, que só era registrado no perÃodo das chuvas. O primeiro registro de mudança repentina da turbidez do Rio Formoso, sem registro pluviométrico, motivou um estudo da Fundação Neotrópica do Brasil em parceria com o grupo Unidos da Serra da Bodoquena.
Os pesquisadores realizaram o levantamento de imagens aéreas, análise de parâmetros fÃsico-quÃmicos da água e foram in loco até o ponto de turvamento do rio. “Não temos como afirmar que houve uma alteração antrópica direto. Identificamos o desbarrancamento direto no rio.  Tem a possibilidade da hidrologia da região estar sendo alterada devido a uma grande enchente registrada em 2017â€, explicou o biólogo da fundação, Guilherme Dalponti.
Outra possibilidade apontada pelo especialista é um efeito acumulativo de enchentes dos últimos anos. O fato é que o rio continua nas mesmas condições do dia 21 de abril, apresentando turbidez alta na água que vai para as áreas mais utilizadas como balneários e atrativos turÃsticos da região.
Os pesquisadores afirmam que o local onde ocorre o desbarrancamento é uma área remota, o que abre um alerta para formalizar melhor a proteção dos banhados. “É um ambiente frágil e muito importante para a manutenção da qualidade da água. Precisamos discutir com a comunidade as medidas de conservação do solo que devemos tomarâ€, concluiu.
Conforme o relatório, "o Rio Formoso está provocando o intemperismo de um depósito de micritas inconsolidadas em função de uma mudança de curso natural. Essas rochas são formadas por depósitos de partÃculas, conchas e carapaças calcárias. Devido as partÃculas arenosas em suspensão e das condições fÃsico-quÃmicas que favorecem a precipitação do calcário e não de sua dissolução, é pertinente creditar que a turbidez elevada se dê pelas causas naturais relatadas."
Com o resultado do estudo publicado nesta semana, os responsáveis pela pesquisa e agentes interessados na preservação da Serra da Bodoquena estão organizando uma data em comum até o final de maio para abrir uma consulta pública para tratar da situação. Confira o vÃdeo da análise in loco no Rio Formoso:
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