O incêndio que atinge a área do Banhado do Rio da Prata, entre Jardim e Bonito, já devastou 1500 hectares de vegetação em cerca de 24 horas. Força-tarefa com militares do Corpo de Bombeiros, brigadistas da ICMBIO e do Parque Nacional da Serra da Bodoquena, trabalham desde as primeiras horas desta quinta-feira (8) para conter as chamas.
Conforme levantamento feito pela equipe da Fundação Neotrópica, o fogo já destruiu 1500 hectares e atingiu os dois lados do Banhado, área considerada prioritária para conservação pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O cálculo foi feito a partir de análise do mapa via satélite. Banhado são áreas alegadas de extrema importância para a manutenção da Bacia Hidrográfica do Rio da Prata. “Os banhados são áreas prioritárias para a conservação, inclusive pela importância de sua biodiversidade e para a conservação dos recursos hídricos” reforçou o superintendente executivo da Fundação, Rodolfo Portela.
A situação na região desencadeou operação denominada Panemorfi. Desde as primeiras horas desta quinta-feira (8), bombeiros de Campo Grande, Sidrolândia, Amambai e Ponta Porã estão na região. Os mais de 50 militares se mobilizam em ações de prevenção junto com os brigadistas do ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) e do Parque Nacional da Serra da Bodoquena.
Conforme informações do tenente-coronel Arruda, vários focos foram detectados. Pelo menos dois também mobilizaram as equipes: no Morro do Mateus e na Fazenda Arco-íris. A intenção das equipes é controlar todos os pontos de incêndio, para evitar que as chamas de espalhem e causem ainda mais destruição.
Desde 2013, a Fundação Neotrópica atua na proteção do ecossistema das áreas úmidas. Rodolfo Portela explica que a mudança no Novo Código Florestal em 2012 trouxe alterações nas normativas de proteção da área e dificultou. “Ele retirou a proteção das áreas úmidas, e isso trouxe uma enorme fragilidade para áreas como a do Banhado do Rio da Prata. Sem a proteção, ele passa por vários problemas de degradação, como os drenos do Rio da Prata que interferem na qualidade da área”.