O homem preso sob suspeita de injúria racial por oferecer uma banana a uma funcionária negra da Azul Linhas Aéreas embarcou em voo cujo destino final era Corumbá – cidade a 417 km de Campo Grande, no oeste de Mato Grosso do Sul.
Genesco Alves da Silva, de 55 anos, cursa medicina na Bolívia, conforme apurou a Folha de S. Paulo com a Polícia Civil de Minas Gerais.
O homem embarcou no Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins), na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), mas foi obrigado a descer da aeronave que pousaria no Aeroporto Internacional de Corumbá.
Toda a situação, contudo, aconteceu minutos antes durante o check-in e com a atendente do a Azul, Aline Tatiane Campos, de 35 anos.
No depoimento prestado à polícia, ela disse, conforme apurou a Folha, que o passageiro a provocou dizendo: “você prefere uma maça? Não, né? Banana mesmo”.
Genesco passou cerca de 12 horas preso na delegacia de Vespasiano, pagou fiança de R$ 3 mil e foi liberado. Ele alega que não teve atitude racista e que ofereceu a banana para a funcionária como ofereceria qualquer fruta, ainda segundo a matéria da Folha.
A Polícia Civil informou que o caso foi enquadrado como injúria racial e não racismo – que é crime inafiançável –, porque o segundo crime só se configura quando o preconceito gera consequência prática, como quando um negro tem uma inscrição negada por causa da raça ou um restaurante deixa de atender o cliente por causa da cor da pele.