A paixão por cinema é algo bastante comum nos dias de hoje. Muitos gastam seu tempo de lazer assistindo um filme na televisão, na internet ou em uma sessão de cinema. Mas, nem sempre essa paixão se restringe a ficar do lado de cá da tela. Muitas vezes, esse amor pela sétima arte move as pessoas a estarem do lado de lá: criando a obra cinematográfica. Mas são pouquíssimos os que têm a oportunidade de participar de produções milionárias, assim como as de Hollywood. Diante disso, os entusiastas de cinema criam os chamados “filmes amadores', feitos com poucos recursos e muita paixão. Essa é a história de Estevão Nunes Olmedo que está produzindo o filme de terror amador “O Ancestral" no interior do Mato Grosso do Sul.
O barbeiro de Jardim/MS é apaixonado por cinema, em especial por filmes de terror, o que o fez adotar o gênero em sua própria produção. O roteiro se baseia na história de um homem que, tentando esconder o assassinato de sua esposa, faz um pacto de sangue e causa consequências para toda a cidade. “A história começou sobre detectorismo, íamos detectar em alguns lugares e contar histórias de terror. Mas, quando fui escrever a história, ela foi se transformando, fui me aprofundando nela e vi que dava o roteiro de um filme”, contou Estevão sobre o processo de criação do enredo, o qual foi escrito por ele totalmente do zero.
Mas não foi só o amor pela sétima arte que moveu Estevão a começar o projeto. “Sempre quis provar para mim mesmo e para as pessoas que somos capazes de fazer qualquer coisa. Adoro impressionar com meu trabalho, sempre gostei de quebrar o tabu e mostrar que mesmo aqui no interior somos capazes de tudo, basta acreditar”, relatou.
O próprio possui outra produção amadora grandiosa. Em 2019, ele construiu uma fantasia para um cosplay de Bumblebee, famoso personagem da série de filmes Transformers, com 2,70 metros de altura. Durante 3 meses, o barbeiro construiu a armadura no quintal de sua casa e depois saiu exibindo sua obra pelas cidades do MS. “Sempre gostei de fazer o inesperado. Eu poderia ter feito um cosplay de homem de ferro, mas queria fazer algo maior, que realmente chamasse atenção, daí saiu o Bumblebee”, revelou Estevão.
Uma produção amadora
Fazer uma obra cinematográfica do zero, de forma totalmente amadora e com poucos recursos não é uma tarefa fácil. Mas, Estevão e todos os outros envolvidos se desdobram para tirar a ideia do filme do papel. No começo, o idealizador do projeto chamou dois amigos, Betinho Espíndola e Lucas Cavalheiro, que, de início, riram da ideia, mas logo se empolgaram em participar da produção. Um terceiro amigo de Estevão, Lauro Kesley Barbosa, também se juntou ao grupo em seguida: “Ele foi fundamental para que esse projeto acontecesse. Ele é um especialista, tem quase tudo que precisamos para gravar inclusive a câmera!”, explicou Estevão.
E assim foi se formando a equipe de mais de 40 pessoas, que, de forma voluntária, trabalham na produção atualmente. Aos poucos, as habilidades de cada um se somaram para que o filme possa acontecer. O próprio Estevão relata que faz de tudo pela obra que criou, desde a direção, edição e, até mesmo, as maquiagens. “Sempre trabalhei com artes, já trabalhei com argila, biscuit, fibra de vidro, gesso, concreto e pintura em quadros”
No fundo, as filmagens de “O Ancestral” possuem um significado muito maior para os idealizadores. “Quero trazer algo novo para nossa cidade, ajudar no crescimento, no desenvolvimento e assim encorajar outras pessoas a fazer história. A mensagem que quero deixar é que não importa sua classe social, cor ou raça, somos capazes de qualquer coisa. A grande verdade é que os nossos sonhos nos movem, então nunca pare de sonhar”, contou Estevão.
Os planos são que o filme fique pronto ainda em 2022 e você pode acompanhar o processo de produção da obra nas redes sociais de “O Ancestral”. Lá, a TK Ideias Digitais, que também abraçou o projeto de forma voluntária, posta vídeos e fotos dos bastidores de um filme amador. Acompanhe no Facebook: www.facebook.com/oancestral/ e Youtube: bit.ly/3gtA5hJ.