Diálogo, paz e convivência harmoniosa são os antídotos para a polarização política que promete se acirrar até as eleições. Essa é a visão da Associação Ahmadia do Islã no Brasil, que segue uma das vertentes pacíficas da religião muçulmana.
A comunidade Ahmadia se estabeleceu em Petrópolis (RJ) há 27 anos, onde construíram uma mesquita e uma organização voltada para ajuda humanitária, a Humanity First.
Para o presidente da Associação, Wasim Ahmad Zafar, os ahmadis alertam há anos que o aumento das tensões no Brasil e no mundo estão caminhando para uma escalada da violência, exemplificada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Uma frase no nosso Califa que eu gosto muito é ‘não brincar com as vidas das pessoas’, porque a decisão é dos líderes, mas quem vai pagar é o povo”, disse Wasim em entrevista ao Correio. Os ahmadis estão entre as poucas comunidades islâmicas que seguem um líder internacional. O posto de Califa é ocupado atualmente por Hazrat Mirza Masroor Ahmad.
“De forma geral, estamos vivendo um momento de muita polaridade, seja na política, seja na esfera religiosa também nos últimos tempos”, avalia Nadeem Tahir, secretário geral da Associação Ahmadia. “O pensamento do Islã é que se deve ajudar qualquer grupo nas coisas de bem, e não ajudar o que não é bom. O importante é sempre você conviver, com respeito, e apresentar sua visão”.
Segundo Wasim, o Califa dos ahmadis olha para o Brasil com admiração. “Antes da pandemia, quando o encontramos pessoalmente, ele disse que o país tem capacidade de avançar, mas precisa que seus líderes trabalhem com duas metas: sinceridade e honestidade. O Brasil pode avançar muito mais do que estamos vendo”, continua.