Bando adulterava aviões para transportar drogas

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A Polícia Civil indiciou nove pessoas após as investigações da fase Narcos, da Operação Ícaro, que apurou esquema de adulteração de aviões para transporte de drogas. O balanço dos trabalhos foi apresentado nesta quarta-feira, 16 de agosto, pela Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado (Deco). Duas pessoas estão presas. Entre os indiciados há um foragido e um desaparecido.  A organização criminosa usava ‘laranjas’ para comprar as aeronaves. Estão presos desde a data de 4 de agosto o piloto Wadison Ronielly, 35 anos, apontado como líder do grupo, e Wellinton José Magalhães, 37, que seria o braço direito de Ronielli.

Estão indiciados também Hadson Costa dos Santos, 45 (que está foragido), Wanderson Magalhães Silva, 38, Viviane Andreia Rodrigues, 41, José William Barão Gomes, 35, Silverio Peralta Alvarenga, 54, Marcelo dos Nascimento da Silva, 42, além de Luiz Tizzo  também piloto que está desaparecido. Conforme as investigações, o bando tinha seis aeronaves que transportava a cocaína vinda da Bolívia e Paraguai até Campo Grande, São Gabriel do Oeste e Ponta Porã. Os aviões eram adulterados, a cor e o prefixo eram alterados. “Os integrantes da organização faziam cerca de 25 voos por semana, sempre durante a madrugada”, disse a delegada Ana Cláudia Medina, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira.

A Operação Narcos é um desdobramento da Ícaro que investiga utilização de peças furtadas em aeronaves civis e a segurança de voos. Em dezembro de 2016, o líder da organização comunicou à polícia que uma aeronave envolvida em acidente na Bolívia era de sua propriedade, mas que teria sido furtada. Contudo, foi descoberto que tratava-se de uma falsa comunicação de crime. A partir daí, teve início a Operação Ícaro, que começou investigando oficinas que faziam manutenção clandestina de aeronaves. A Narcos descobriu que os criminosos adulteravam o tanque para comportar mais combustível para que os aviões fizessem voos mais longos, de forma que não precisassem parar para abastecer.  Por vezes, as aeronaves eram abastecidas no ar mesmo.

Os bandidos estão sendo indiciados por crimes de organização criminosa, falsa comunicação de crime, atentado à segurança de voo, homicídio, ocultação de cadáver, associação para o tráfico e lavagem de dinheiro. Além das duas prisões e indiciamentos, a polícia apreendeu tanques de combustível, tintas para pintar avião, radiocomunicadores, uma arma de fogo, telefones celulares, dois carros, caminhonetes e uma motocicleta.