Com peso maior da carga tributária, a gasolina na Capital encareceu 6,21% em apenas um mês, variação seis vezes maior que o IPC/CG (Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande) acumulado durante todo este ano, de 1,01%. Os números são do Nepes (Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômicas) da Uniderp.
O encarecimento da gasolina contribuiu para que, no conjunto, os combustíveis registrassem alta de 0,28%. Conforme cálculos do pesquisador Celso Correia de Souza, coordenador do Nepes, o aumento do preço da gasolina impactou em 0,2% o índice de julho, que, graças a variações de outros itens, encerrou em -0,27%. “A ponderação da gasolina no cálculo do IPC/CG foi de 3,36%. Com isso, o reflexo desse produto na inflação resultou em 0,20%”, explica.
A majoração do valor do óleo diesel também impactou, embora com menos força, o resultado geral dos preços em Campo Grande. A alta desse combustível foi de 2,89% em julho. Com ponderação de 2,74% na composição do índice inflacionário da Capital, o impacto do encarecimento do óleo diesel foi de 0,08%.
As altas dos dois combustíveis foram impulsionadas pelo aumento das alíquotas do PIS (Programa de Integração Social) e da Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social). No dia 20 do mês passado, o presidente Michel Temer autorizou os reajustes, elevando em R$ 0,4109 (gasolina) e em R$ 0,2135 (diesel) os preços às distribuidor.
Em julho, Campo Grande havia registrado deflação de 0,27%, o menor resultado desde julho de 2013. “São tivéssemos esse aumento de combustíveis, o índice geral do mês seria de – 0,55%”, afirma o coordenador do Nepes.
Com baixas variações positivas ou deflações mensais, a Capital acumula, neste ano, inflação de 1,01%. Essa variação seria ainda menor se não fosse o peso da alta dos impostos nos preços dos combustíveis.