Justiça mantém prisão de mãe e padrasto acusados de matar criança

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Diante da "insensibilidade moral" de Christian Campoçano Leitheim e Stephanie de Jesus da Silva, e para garantia da "ordem pública", o juiz Carlos Alberto Garcete decretou a prisão preventiva do casal. A decisão saiu na manhã deste sábado (28), após audiência de custódia, em Campo Grande.


O casal foi preso em flagrante pela morte de uma criança de dois anos, na noite de quinta-feira (26). A menina deu entrada na unidade de saúde em óbito, com várias lesões e indícios de estupro. Presos, mãe e padrasto confessaram que os ferimentos foram causados em "ocasionais" correções à menina.

Na decisão, Garcete discorre que o crime é de "suma gravidade" e revela uma "insanidade moral do agente", caso que causou comoção. "(...) causando descontentamento e indignação social na população sul-mato-grossense. Desse modo, a necessidade de prevenir a reprodução de novos delitos é motivação bastante para prendê-lo".

Além disso, a prisão foi mantida para garantir a ordem pública e para que o casal não burla o andamento regular do processo. "(...) Destaca-se, conforme noticiado nos autos, a criança somente foi levada para o Pronto Socorro após o período de 04h de seu óbito, o que evidencia que os custodiados tentaram alterar os objetos de prova. Se solto, certamente de tudo fará para dificultar ou desfigurar as demais provas", descreve.

Decretou, então, a prisão preventiva dos dois, que devem agora seguir para presídios da Capital.

Entenda - A criança morava com a mãe, o padrasto e outros dois irmãos (um deles filho de Christian com a primeira esposa), na Vila Nasser. A reportagem apurou que as crianças ficavam sob os cuidados de Christian enquanto a mãe trabalhava.

Na noite de quinta-feira, Stephanie chegou ao posto de saúde com a filha já sem vida. Foi então que as médicas evidenciaram lesões pelo corpo, inclusive nas partes íntimas da criança. Também perceberam que ela estaria morta havia cerca de quatro horas.


Stephanie alegou que a menina estava passando mal desde o dia anterior, com dores na barriga, e que o padrasto batia como correção. Na data da morte, os dois afirmaram que a criança não foi agredida.

O pai biológico já havia feito denúncias à polícia e ao Conselho Tutelar, pois durante visitas observou machucados na filha. Ele e a avó materna já haviam pedido a guarda da menina na Justiça, segundo os vizinhos e familiares. A reportagem apurou que a primeira denúncia de maus-tratos contra a criança acabou sendo arquivada no ano passado por falta de provas.

Também há informações da unidade de saúde de que a menina foi 30 vezes ao médico, uma delas com fratura na tíbia. À polícia, a mãe informou que os atendimentos eram referentes a sintomas de gripe.

O casal foi preso em flagrante por homicídio qualificado e a mãe também foi autuada por omissão de socorro. A polícia investiga se a criança sofreu violência sexual. 

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