O ministro do STF, Marco Aurélio Mello, determinou nova devassa nas contas bancárias do deputado federal Geraldo Resende (PSDB/MS). O caso se refere a Operação Uragano, ocasião em que o parlamentar teria cobrado propina de parte dos valores de suas emendas parlamentares destinados a Dourados, seu maior reduto polÃtico. Â
A nova vistoria das contas foi a pedido do Ministério Público Federal e cabe à PolÃcia Federal fazer a devassa. O processo no Supremo consta de 2011, já que Resende, à época no PMDB, conta com foro privilegiado.
O pedido para quebra de sigilo bancário chegou ao STF no dia 25 de agosto, e já no dia 30 teve autorização do ministro Mello. Conforme decisão do Supremo, já foram expedidos ofÃcios dirigidos ao Banco do Brasil e à Caixa Econômica, que vão fornecer detalhamento das operações realizadas à época em que o prefeito Ari Arthuzi (falecido) comandava Dourados.
Também foi encaminhado ofÃcio ao Congresso Nacional, que deverá disponibilizar o rol detalhado de informações sobre as emendas parlamentares propostas por Resende entre 2008 e 2010.
Nova devassa
Em novembro do ano passado, o MPF pediu e o Supremo autorizou a quebra de sigilo bancário de Geraldo Resende. Além disso, foi pedida quebra de sigilo do irmão dele, Walter de Fátima Pereira, que foi negado pela Corte Suprema.
Denúncia
Em 2010, O Ministério Público deflagrou a primeira fase da Operação Uragano, que descobriu esquema de corrupção envolvendo polÃticos, empresários e agentes públicos no direcionamento de licitações de obras na cidade.
A Geraldo Resende é atribuÃda a cobrança de propina de emendas parlamentares conquistadas por ele na Câmara dos Deputados.
O deputado tucano nega qualquer envolvimento com os esquemas de corrupção e diz que o delator, Eleandro Passaia, assessor de Ari Artuzi, é quem era o bandido que quis se passar por honesto.
Resende diz que, desde o inÃcio do processo, em 2011, disponibilizou seus sigilos bancários, fiscal e telefônicos à s autoridades. O polÃtico diz que não tem nada de novo e que há seis anos o processo tramita no Supremo e até agora não acharam nada contra ele.
''No final, o Supremo vai me dar um atestado de honestidade. O único caminho que vai restar é o arquivamento'', estima o deputado.
O novo pedido, conforme Resende, pode estar associado à saÃda do Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, que, segundo ele, quer mostrar para a nova comandante da PGR, que tem processos em andamento.
O deputado destaca que foi o único parlamentar que processou o delator do esquema, Eleandro Passaia, por injúria, calúnia e difamação. Ele relata que ganhou direito a indenização de R$ 10 mil, mas que Passaia recorreu e agora aguarda decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.