Os laudos da Perícia Forense do Ceará (Pefoce) concluíram que Rickson Pinto, de 27 anos, forjou o suicídio da vereadora Yanny Brena (PL), de 26 anos, após dar um golpe mata-leão na vítima e ela ficar inconsciente. Segundo a Polícia Civil, em seguida, o namorado da parlamentar a levou para a sala do imóvel, onde ela foi colocada em suspensão incompleta. Depois, ele se suicidou.
Os corpos dos dois foram localizados suspensos pelo pescoço e sentados, em um imóvel no bairro Lagoa Seca, em Juazeiro do Norte, no último dia 3 de março. Equipes das polícias Civil e Militar e da Perícia Forense foram acionadas e realizaram os primeiros levantamentos sobre o caso.
As investigações sobre a morte da parlamentar e do namorado foram encerradas com a conclusão do inquérito policial instaurado pela Polícia Civil do Estado do Ceará, por meio da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Juazeiro do Norte. De acordo com a corporação, o caso tratou-se de um feminicídio seguido de suicidio.
No procedimento investigativo, que conta com mais de 400 páginas, foram ouvidas 25 testemunhas, como também foram analisadas mais de 60 horas de imagens de câmeras de segurança da rua onde aconteceu o fato e de outros locais da cidade. Elementos probatórios, além dos laudos periciais da Pefoce, também foram analisados e tiveram o intuito de esclarecer as causas das mortes e a dinâmica dos fatos.
Durante os levantamentos policiais, a Polícia Civil recebeu da Perícia Forense os laudos cadavéricos dos corpos. Conforme o documento, as causas das mortes de Yanny e Rickson foram por asfixia.
Conforme a Polícia Civil informou ao Terra, os vestígios analisados esclarecem que a dinâmica mais provável é que os dois estavam no interior do imóvel, quando foram iniciados atos violentos, ou seja, ambos apresentavam, além dos ferimentos causados pelo enforcamento, outras lesões, as quais eram compatíveis com luta corporal anterior à morte.
De acordo com a polícia, embaixo das unhas de Yanny havia material genético de Rickson. Assim como embaixo das unhas dele havia material genético dela.
Os laudos ainda apontam que, durante a ação, Yanny teria recebido um golpe conhecido como “mata leão” e ficado inconsciente. Ela foi levada para a sala do imóvel, onde foi colocada em suspensão incompleta.
Os vestígios apontam ainda que não havia sinais de arrombamento na residência que indicasse a presença de uma terceira pessoa no local. De acordo com os levantamentos periciais, Rickson teria cometido o feminicídio, tentou forjar uma situação de suicídio de Yanny, e depois se matou.
Ainda conforme a investigação, a morte de Yanny teria ocorrido por volta de meia-noite do dia 3 de março. Já a morte de Rickson teria ocorrido após o fato, entre 4 e 8 horas do dia 3.
Um aparelho gravador de imagens do interior do imóvel, que estava desconectado da rede elétrica, foi localizado pelas equipes na cena do crime e foi examinado pelo Núcleo de Perícia Tecnológica e Apoio Técnico (NPTAT) da Pefoce. Na ocasião, o laudo de extração de dados revelou, dentre outros achados, que o aparelho deixou de registrar as imagens às 17h32, do dia 2 de março.
Segundo a Polícia Civil, a vítima já havia relatado para pessoas próximas a insatisfação com o relacionamento com Rickson e, um dia antes do crime, teria terminado a relação. A corporação também informou que Rickson possuía antecedentes por posse ilegal de arma de fogo.
Atenção! Em caso de pensamentos suicidas, procure ajuda especializada como o CVV (Centro de Valorização da Vida), que funciona 24 horas por dia (inclusive aos feriados) pelo telefone 188, por e-mail, chat ou pessoalmente. Confira um posto de atendimento mais próximo de você (clique aqui)