As investigações começaram após a polícia receber uma denúncia anônima que apontava uma funcionária da escola Centro de Ensino Fundamental nº 103, localizada em Santa Maria, envolvida em um esquema criminoso de desvio de produtos alimentícios, destinados ao preparo da merenda escolar dos alunos da rede pública de ensino do Distrito Federal.
As merendeiras da escola foram identificadas por terem envolvimento no esquema criminoso e as suspeitas foram abordadas pelos policiais enquanto deixavam o local levando diversos alimentos. A polícia ainda comprovou que elas não usavam todos os produtos destinados à merenda para que sobrasse e, assim, elas conseguissem levar para casa.
Durante o interrogatório, uma das funcionárias confessou que os desvios de produtos alimentícios aconteciam diariamente há vários anos.
Uma empresa com sede em Santa Maria era responsável por entregar carnes em todo o DF para a produção de merenda escolar, e os caminhões que transportam a carga passaram a ser monitorados pela polícia. Três motoristas e dois encarregados, que foram presos, deveriam realizar três rotas de entregas para escolas públicas da região de Ceilândia e regressar, ao final do trajeto, ao estabelecimento em Santa Maria.
No entanto, os envolvidos mudavam as rotas e seguiam em direção a estabelecimentos particulares para vender as caixas de carne pelo valor de até R$ 5,00 cada, valor bem abaixo do mercado.
A operação policial resultou na abordagem dos suspeitos no momento das entregas ilícitas, e foram apreendidas cerca de 48 caixas de carnes, com 18 kg cada, que foram devolvidas às escolas públicas.
Os cinco homens que são funcionários ligados à empresa foram presos em flagrante e autuados pelo crime de peculato e associação criminosa. Dois homens que negociaram os produtos foram presos e autuados em flagrante pelo crime de receptação simples (uso próprio) e outro pelo de receptação qualificada (revenda no próprio comércio). Um terceiro suspeito de receptação qualificada ainda é investigado pela polícia. O procedimento policial também será encaminhado ao judiciário e MPDFT.
As merendeiras foram autuadas em flagrante pelos crimes de peculato e associação criminosa. Caso sejam condenadas, poderão ficar até 15 anos na prisão.
Todos os envolvidos presos, em ambas as ações efetuadas, foram recolhidos à carceragem da PCDF, onde permanecem à disposição da Justiça.