Com atenção e cuidado, Projeto “Bombeiros do Amanhã†beneficia 850 crianças e adolescentes em MS

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Com núcleos de atendimento em Campo Grande e outros 15 municípios de Mato Grosso do Sul, o projeto “Bombeiros do Amanhã” atende 850 crianças e adolescentes. A ação é para o público entre 9 e 14 anos, em situação de vulnerabilidade.

Na Capital os 60 meninos e meninas participam do projeto no Parque Tarcila do Amaral, no Bairro Vida Nova II. Mais do que apender sobre primeiros socorros, o trabalho social muda – para melhor - a vida das crianças e adolescentes.

O subtenente Jair Viana e a cabo Lauane Kalisch são tratados com respeito pelos alunos, de acordo com o que a função de Bombeiro Militar exige, mas ambos falam com carinho dos jovens e reconhecem a importância que exercem na vida dos “Bombeiros do Amanhã”.

“É um projeto de vínculo, muitos têm carência afetiva mesmo, são criados sem a presença dos pais, e os avós e até vizinhos que são os responsáveis. Então a gente sabe que muitos precisam de direcionamento, acompanhamento próximo. A gente se preocupa com o futuro deles”, disse o subtenente J. Viana.

Até mesmo orientações sobre saúde e higiene são importantes, e no caso das meninas a responsabilidade é cumprida pela cabo Lauane. “Temos muitas meninas no projeto, e eu exerço esse papel de ajudar, orientar. É realmente um cuidado e um elo que a gente cria com eles”.

Além das atividades regulares realizadas no período matutino – de segunda a sexta-feira –, os jovens também fazem passeios e recebem apoio pedagógico. “Já levamos no Bioparque Pantanal, cinema, e outros lugares, e em relação as notas, temos um cuidado grande, para que eles se saiam bem na escola”, explicou J. Viana.

Já de olho no futuro, os “Bombeiros do Amanhã” aproveitam cada dia no projeto para aprender e agradecer. “Eu gosto de tudo, até de marchar porque é bom para a saúde. Eu passei a ter disciplina e coordenação, é muito bom e fico feliz de poder participar”, disse Pedro Pereira, 10 anos.

Aluno do 5° ano do ensino fundamental da Escola Municipal Nerone Maiolino, ele afirma que conhece e obedece às regras do projeto. “Quando eu entrei aqui eu já tinha boas notas, e também não gosto de bagunçar na escola. Tem que ser bom aluno e eu sou”.

Anny Beatriz Matis, 11 anos, é aluna do 7° ano da Escola Municipal Nazira Anache – no Bairro Jardim Anache, que também é na região –, e participa do projeto junto com outros dois primos. “É muito bom para a gente, além de aprender, fazemos muitas coisas legais”.

Além de aprender as regras de comportamento, os alunos também são ensinados sobre como agir em situações de perigo real. “Quando há um acidente doméstico ou mesmo quando um botijão de gás está com fazendo e fogo, eles sabem como agir”, explicou J. Viana.

Atuação em MS

O projeto é realizado no Parque Tarsila do Amaral, no Bairro Vida Nova, e os participantes são selecionados pela Assistência Social

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Iniciado em 1993, na Capital, o “Bombeiros do Amanhã” já atendeu mais de 1,5 mil crianças e adolescentes em 30 anos de existência. Alguns alunos iniciam na ação com 9 anos e só saem quando completam 14 anos.

“Temos uma parceria com o Instituto Mirim, e nossos alunos conseguem ingressar para serem encaminhados ao mercado de trabalho logo que completam o tempo no “Bombeiros do Amanhã”, a gente pensa em tudo para que eles consigam estudar e trabalhar, é um direcionamento para a vida deles”, pontuou J. Viana, explicando que no interior o projeto foi expandido há quatro anos, em locais onde já havia quartel do Corpo de Bombeiros Militar.

O diretor de ensino do Corpo de Bombeiros Militar, coronel Fábio Catarineli, explica que em todo o Estado são atendidas 850 crianças por ano. “Em Aquidauana, por exemplo, temos um atendimento destaque junto com o Instituto Federal (IFMS) com 120 crianças e adolescentes, que passaram a ter iniciação em robótica. Além de todas as possibilidades e atividades vinculadas, de noções de primeiros socorros, combate a incêndio, o projeto agrega valores a cada um deles”.

“A nossa área de atuação do nosso grupamento é muito grande e tem vários bairros periféricos, por isso executamos o projeto. Observamos pelos relatos dos alunos, familiares que há uma grande melhora, uma transformação das crianças que participam. É muito gratificante fazer parte disso”, afirmou o tenente-coronel Aldinei Peres da Silva, comandante do 6° Grupamento de Bombeiros Militar de Campo Grande.

Natalia Yahn