A funcionária pública Valdelice da Cruz Almeida, de 41 anos, decidiu adotar os três filhos de sua amiga Rosinete Nery de Lima, de 35 anos, após o trágico assassinato dela em julho do ano passado. Rosinete, que também era vizinha de Valdelice, foi morta no bairro Mansão, em Conceição do Coité, localizado a 200 km de Salvador.
De acordo com Valdelice da Cruz Almeida, que é analfabeta e atualmente trabalha como responsável pela limpeza do Conselho Tutelar no município, a decisão de adotar os meninos de 11, 9 e 7 anos foi principalmente para evitar que eles fossem separados em um orfanato. Enquanto os meninos de 11 e 9 anos são filhos do mesmo homem, o mais novo é fruto de outro relacionamento de Rosinete.
“Eu tinha um carinho muito grande pela Bina (como Rosinete era conhecida), e já ajudava a cuidar dos meninos quando ela era viva e não poderia deixá-los sozinhos quando mais precisaram de mim”, relatou a funcionária pública.
Após o falecimento da amiga, que completa um ano na próxima segunda-feira (31), Valdelice prontamente entrou em contato com o pai do garoto mais novo para obter a guarda. A funcionária pública auxiliou o pai do menino de 7 anos a obter a documentação necessária para transformar a guarda provisória em permanente.
Atualmente, ela detém a guarda provisória do menino mais velho e a guarda permanente dos dois mais novos.
“As pessoas falam que fiz isso para conseguir algum benefício, mas foi por amor. A Bina era como uma irmã para mim, tentei ajudar ela a sair do vício da bebida, não consegui, mas quero o bem dos meninos”, relatou.
Valdelice Almeida é casada e tem três filhos biológicos. Há alguns meses, o marido dela sofreu um acidente de trânsito e ficou impossibilitado de trabalhar. Desde então, a funcionária pública tem sido a única responsável por sustentar a família com seu salário.
“Ficou complicado, mas graças a Deus nunca deixei faltar nada para os meninos. Meu sonho é construir o quarto para eles”, compartilhou Valdelice Almeida.
Apesar das dificuldades, a funcionária pública se sente feliz por ter conseguido manter os irmãos unidos.
“Eu tenho um amor muito grande por eles e é bonito ver que estão juntos, que vão pra escola e são crianças felizes”, disse ela.